Se eu tivesse perdido o controle e invadido o quarto, fazendo algo com Rebecca, as consequências teriam sido desastrosas. Com o temperamento dela, não seria surpresa se ela chamasse a polícia. E eu? Viraria um criminoso, marcado para o resto da vida.
O ditado "a luxúria é uma lâmina afiada" nunca fez tanto sentido. Aquele foi um momento de pura impulsividade, e agora, mais calmo, eu via o perigo que corri.
Camille havia me pedido apenas para observar o que Rebecca faria, não para agir de forma imprudente. O alívio tomou conta de mim, e, tentando esquecer o que quase aconteceu, voltei para o apartamento, escalando a varanda.
Quando entrei, Camille já estava de pé, me esperando ansiosa.
— E aí? Como foi?
Ainda abalado, respondi com a voz trêmula:
— Ela... Ela fez. Rebecca realmente fez.
— Eu disse, não disse? Uma mulher solitária, sem homem há tanto tempo... Como ela não estaria carente?
Camille olhou para mim de perto, percebendo que algo estava errado.
— O que foi? Você parece estranho