— Como está se sentindo, senhora Yara? — perguntou a Enfermeira enquanto preenchia a prancheta sobre a alta.
Yara deu um sorriso tímido e olhou para baixo, em direção a perna ferida pousada na cama hospitalar.
— Eu não sei como me sinto — ela explicou encarando o chão — quero dizer, eu estou há mais de um mês internada aqui e me sinto estranha.
A Enfermeira fez uma pausa na escrita.
— Acho que você pode ter perdido algumas coisas na sua vida — ela pontuou — mas ainda terá muito o que viver.
Yara respirou fundo e olhou em direção a janela do quarto. Os raios de sol estavam fracos e os pássaro