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Não era como sua loja de autopeças que já estava na família a quatro gerações.

Eu não sabia se era porque Jane tinha começado seu próprio negócio na Califórnia e as coisas eram diferentes aqui, ou se os meus pais estavam simplesmente enganados de pensar que Jane estava jogando sua vida fora porque ela tinha saído de casa, ou ainda se eles realmente queriam que ela falhasse, simplesmente para que eles pudessem provar que estavam certos.

De qualquer maneira, eles estavam errados, na minha opinião.

Na sexta-feira à noite, faríamos um trabalho para centenas de pessoas, o que eu achei que soava como um grande negócio. Mas, quando eu falei com Jane sobre isso, ela me disse que já tinha tido eventos maiores no último ano. Não que fizesse desse algo menos importante. Como ela apontou, nesta cidade, um comentário ruim podia quebrar a carreira de ninguém. Ela tinha que estar no ponto.

E pelo que pude ver, ela estava sempre. Eu podia ter assumido a posição de gerente de negócios, mas ela não era apenas a face pública da empresa, ou mesmo apenas a força criativa por trás dela. Jane fazia tudo. Ela queria saber sobre o orçamento, queria saber onde cada centavo estava. Ela trabalhava com os outros chefs para criar o menu, em seguida, cozinhava ao lado deles. Ela provava os novos pratos e criticava-os. Mesmo coisas tão pequenas quanto se certificar de que todos os uniformes e roupas estavam prontos, e ela verificava isso pelo menos duas vezes. E estava claro que não era apenas porque essa era a minha primeira semana.

Minha irmã era definitivamente uma maníaca por controle. Eu só esperava que não tivesse sido por isso que o gerente de negócios anterior tinha ido embora.

Então, novamente, Jane e eu parecíamos trabalhar bem em conjunto. Eu era organizada e não tive problemas em orientar as pessoas a fazer o que eu precisava que eles fizessem, mas eu também não tive nenhum problema em situações quando era óbvio que alguém sabia mais do que eu. Tinham me dito na faculdade que eu tinha uma estranha combinação de confiança e humildade.

Sexta de manhã demonstrou o fato... O entusiasmo de Jane sobre controle. Ela estava em todos os lugares, com energia de sobra, indo de um lado para o outro. Tudo parecia estar indo bem, por isso, enquanto ela estivesse ocupada, ela não estaria pirando sobre qualquer coisa.

— Você vai com o primeiro carro. — Ela disse quando me entregou um fichário vermelho.

— O que é isso? — Perguntei.

— Sua cópia do itinerário, e tudo o que é necessário para esta noite. — Jane levantou outra pasta, negra. — Eu sempre tenho um back-up no caso de algo acontecer com a minha.

— Você tem certeza que quer que eu vá primeiro? — Perguntei.

Ela assentiu com a cabeça. — Uma de nós tem que estar lá quando tudo chegar, e eu preciso pegar a última das peças centrais.

— Eu poderia fazer isso. — Ofereci, tentando soar como se eu quisesse ajudar, em vez de soar como uma pessoa nervosa. Mas eu tive certeza de que ela percebeu, pois minhas mãos tremiam tanto que as pastas sacudiam.

— Não, você e Kimberly vão na frente. Eu te encontro lá. Eu só devo chegar uns quarenta minutos depois de vocês. — Ela olhou por cima do meu ombro para onde eu sabia que Kimberly estava de pé. — Kimberly, certifique-se de ajudar a minha irmã com qualquer coisa que ela precisar.

Eu tinha a sensação de que Kimberly não estava muito feliz com essa instrução, mas ela simplesmente concordou e se dirigiu para o carro da empresa. Segui, relutantemente, ficando no banco do passageiro. Até que eu tivesse a minha carteira de motorista da Califórnia, Jane não queria que eu dirigisse sob o seguro da empresa. Eu não sabia se isso era uma coisa de legalidade ou porque ela estava sendo cautelosa, mas eu não me importava. Eu nunca gostei muito de dirigir.

A viagem com Kimberly foi difícil apesar do fato de eu ter ligado o rádio, e eu estava muito feliz por ter a pasta para estudar, então não teria que tentar conversar só para ser educada. A viagem para a mansão era de 10 quilômetros a partir do restaurante, mas fui capaz de passar a maior parte do caminho apenas com a cara enfiada nas pastas, até que chegamos aos enormes portões de ferro, quase uma hora depois.

À medida que o portão se abria e nós dirigimos até a entrada da ala dos empregados, eu fechei a pasta e fiquei séria. Era hora de trabalhar.

Fiquei surpresa com a rapidez com que as coisas foram sendo resolvidas uma vez que chegamos lá, como o tempo parecia voar, como eu supervisionei bem o ambiente e todos os contratados. Felizmente, todos sabiam seus trabalhos perfeitamente, então realmente não havia muito para fazer, além de me certificar de que o cliente estava feliz e fazer as pequenas mudanças que precisavam.

Mas, horas mais tarde eu percebi que algo estava errado.

Eu não tinha visto Jane ainda.

Em vez de perguntar ao redor e causar pânico, eu tirei o celular da bolsa e enviei uma mensagem discretamente. Então vi as chamadas não atendidas. Três. Todas de Jane.

A primeira mensagem na caixa postal me deixou alerta.

"Fico feliz que você ouviu minhas instruções sobre desligar o celular. Eu não acho respeitoso ficar com ele ligado durante um trabalho tão importante, embora..."

Sua voz estava um pouco mais acentuada do que eu estava acostumada.

"... Aparentemente, o novo carro da empresa é uma merda. Os freios não funcionaram direito e o desgraçado quase me matou. "

Merda. A segunda então...

"Eu estou bem, apenas tendo que esperar o reboque do caralho. "

Oh, sim, ela estava chateada.

"Escuta, eu tenho que conseguir um novo carro para levar as peças centrais e... de qualquer maneira, não sei quanto tempo vou levar para isso... e eu não posso perder um cliente bom como esse... Eu preciso de você para fazer tudo dar certo. Você é a única em quem eu posso confiar para fazer isso. Eu acredito em você, irmãzinha. Não me deixe na mão."

Sem pressão, não é Jane? Porra.

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