40. Medo
Valeria.
Eu olhava para o amanhecer com nostalgia. Os primeiros raios de sol acariciavam o horizonte, iluminando o quarto com uma luz quente, mas suave. Sentia um nó na garganta ao lembrar-me do meu pai. Em breve fará quatro anos desde a sua morte e ainda não sabemos quem foram os responsáveis. A sua morte ficou impune, tal como a do meu padrinho Jovanny. A tristeza estava sempre presente, mas desta vez acompanhada pelo medo. Eu estava em pânico com a possibilidade de perder Alberth ou minha babá, e foi por isso que decidi ir embora, para afastá-los do perigo. Mas o destino quis que eu me reencontrasse com meu marido. Agora, enfrentamos outro problema que faz com que ele queira se afastar de mim: a desconfiança e o ciúme não trazem nada de bom.
Suspirei profundamente e desci para a sala, pronta para o dia. Enquanto caminhava em direção à cozinha, ouvi uma conversa no corredor que me fez parar bruscamente.
—Ele é muito bom. Lembro-me de quando ele vinha com os pais. Sempre gostei dele