Alyssa.
— Para onde exatamente quer me levar ?
— Para a minha casa. E já adianto que se está pensando em fugir de mim. —Sorriu torto—Desista, não cometo o mesmo erro duas vezes.
Eu não sabia o que dizer em resposta, mas tratei de não levar a sério o que um cara sob efeito de bebida e drogas dizia.
Contudo, eu não vou mentir o quanto considero a ideia de ir com ele muito tentadora. Um teto , comida de graça, e proteção era muito tentador. Tentador demais para a dizer a verdade.
Mas como eu disse, no estado em que ele se encontra é difícil saber se ele realmente está falando sério.
— Você não me respondeu. — disse ele num tom aborrecido.
Quando ergui os meus olhos para ele , o encontrei carrancudo.
Colocando humor na minha voz ,brinquei :— Toda vez que me olhar assim, sério e com esses olhos de tigre semicerrados, vou concordar com tudo que você diz.
Ele fechou ainda mais a cara. Acho que ele gostou muito da brincadeira.
—Isso quer dizer que ainda têm mim , não é ? Se é isso ,se o medo de mim que está fazendo você hesitar em aceitar o meu pedido, eu falei sério ,Aly ,eu nunca machucaria você.
O meu coração se aqueceu com firmeza do seu tom de voz ao dizer aquelas palavras.
—Não é isso. Eu não tenho medo de você. —Sorri pra ele e acrescentei:—Não mais.
Eu não tinha mais medo dele ?
Não. Eu não tenho.
Bom , eu tive muito medo dele quando invadiu a casa aos chutes e depois ameaçou atirar em mim. E há alguns minutos atrás quando interpretei errado o que ele disse sobre ter sido um erro ter deixado eu ir o que acabou comigo entrando em pânico por achar que ele ia matar. Mas tirando esses três fatos ,muito marcantes por sinal ,eu não tenho medo dele, pelo contrário, eu me sinto segura , confio nele e estou gostando muito de ter ele por perto.
Santo Deus! Acho que acabei de descobrir que não bato bem da cabeça.
Cada centímetro desse homem ,lindo , construído por puro músculos , emana força , ameaça e sede por violência e sangue.
Ele já deixou claro que é do tipo que não hesita em tirar a vida se for necessário. Sujar as mãos de sangue não é nenhum problema para ele. E eu estou admitindo que não tenho medo.
— Ally ? —ele chamou a minha atenção , afastando os meus pensamentos.
—Sim?
Ele ergueu uma das sobrancelhas.
— Mais uma pergunta que você não responde. —disse ele.
Ele fez uma ?
—Sinto muito ,eu estava distraída. O que você perguntou?
— descartei os gases sujas dentro de uma sacola e peguei mais um maço , repetindo o processo de umedecê-las com antisséptico para terminar de limpar o corte e todo sangue seco espalhado pelo abdômen.
—Eu perguntei se você vai vir comigo.
— Se é o que quer ,eu vou.
Ele sorriu e o meu coração respondeu de imediato com aquele sorriso.
— Bem ,eu terminei , agora com você. — Mais uma vez descartei as gazes sujas e entreguei o kit de sutura para ele. —Tem certeza que consegue fazer isso ? —Perguntei.
Ele franziu rigidamente a testa e curvou os cantos dos lábios.
—Está duvidando das minhas habilidades ,pequena ?
—Sinto muito , pergunta errada.
—Rindo da careta em seu rosto, acrescentei. —A correta é , está enxergando direito para costurar a si mesmo , motoqueiro ?
Ele deu uma risada gutural e profunda que provocou arrepios pela minha pele. Até o som da risada desse homem tinha que ser tão sexy ? Ele parou de rir e fitou o meu rosto.
—Eu estou enxergando perfeitamente e se isso não a assustasse tanto ,eu olharia pra você a noite toda, pequena. — Ele engoliu com dificuldade. — Você é tão linda , doce ,gentil e bondosa.
Como eu imagino que os anjos sejam.
Definitivamente ,acho que ele não está enxergando direito. De qualquer maneira, a quentura no meu rosto foi inevitável e a minha respiração quase falhou sobre seu olhar quente e profundo .
Eu desviei os meus olhos dele para a sacola e fingi que procurava alguma coisa até me recompor. Ele se sentou e apoiou as costas na parede. Quando olhei para ele ,vi que já estava com agulha na mão e a linha nela.
Então, com uma expressão centrada e sem demonstrar estar com dor , começou a suturar o corte com movimentos firmes e ágeis .
Era óbvio que ele já tinha feito aquilo inúmeras vezes antes. Sangue espirrava e escorria pela as suas mãos e estômago conforme ele passava a agulha sobre o corte .
Era meio surreal e muito agoniante de assistir
Peguei um maço de gases , encharquei de asséptico e me aproximei dele. —Vou limpar o sangue enquanto você sutura.—- Eu disse.
Ele apenas assentiu. Minutos depois, o corte estava suturado. Fiz um curativo para proteger os pontos e limpei o sangue das mãos dele com gazes e asséptico. Feito isso, descartei as gazes e a agulha usada em uma sacola para jogar no lixo pela manhã e fui lavar as mãos , levando a sacola comigo . Quando retornei , Tristan terminava de vestir uma camiseta limpa e a suja de sangue estava embolada no chão do lado do colchão.
— Tome os seus remédios, pequena. E trate de comer as barras de cereais. Vamos comprar comida de verdade pela manhã. —disse ele com um ar sério.
Assenti e tomei os meus remédios. Em seguida , peguei algumas barras de cereais da sacola e olhei para ele. —Eu comprei bastante. Quer me acompanhar ?
Ele sorriu. E aquele sorriso me fez derreter por dentro.
—Claro. Aposto que é uma delícia. —disse ele, franzindo as sobrancelhas.
—Eu não duvido. —Sorrindo,entreguei duas barras para ele e fui me sentar no chão , mas ele segurou-me firme pela mão ,causando algo parecido com um choque elétrico e térmico pelo meu corpo que atingiu até às minhas veias.
Não só pelo aperto firme dele , mas também pelo profundo e intenso olhar dele fixos nos meus. —Sente-se aqui comigo , pequena. Com o meu coração disparado ,eu me sentei ao lado dele.
Rasgando a embalagem da barra de cereal, dei a primeira mordida.
Era de baunilha com castanha e… Deus ! O meu estômago se alegrou com a novidade deliciosa. Tanto que ele se alegrou que eu a devorei em segundos e abri outra ,essa era chocolate com frutas vermelhas, tão deliciosa quanto a primeira. Eu a devorei em segundos também. Então veio a terceira ,essa só de chocolate, e depois a quarta que era de laranja com mel. E foi só quando eu estava engolindo o último pedaço que me dei conta que Tristan estava em silêncio ,assistindo o ataque faminto da garota sem teto.
Meu Deus, que vergonha. Principalmente porque tenho consciência que não foi uma cena bonita de se assistir. Eu comecei um pedido de desculpas , mas fui interrompida pela respiração pesada e profunda dele. Ele tinha apagado.
Me levantando ,e com cuidado , puxei-o pelas pernas até que ficasse deitado no colchão, e em seguida, o cobri. Guardei o que tinha sobrado das barras de cereais na sacola , escovei os dentes e só então fui tentar dormir um pouco. O colchão era pequeno para nós dois , então,usei o meu segundo cobertor pra forrar o chão do lado do colchão e usei o pouco do cobertor dele para me cobrir.
E pela primeira vez desde que vivo nas ruas ,eu me sinto segura para dormir e feliz.
*****
Foram os sons de gemidos que me acordaram do meu sono mais tranquilo que eu já tinha tido em dias desde que fiquei doente.
A febre junto com todos os outros sintomas da minha gripe tinha me dado um bom alívio graças aos remédios e a sensação de segurança por ele estar aqui , foi o que me fez dormir tão rápido . Não mais .
Sobressaltada, me sentei no cobertor e olhei para Tristan. Ele estava tremendo. O rosto contraído e suado dele transmitia sofrimento. Devia ser um pesadelo.
Estiquei a mão e toquei o rosto dele afim de acordá-lo e tirá-lo daquele pesadelo que parecia algum tipo de tornura. O meu coração disparou e o meu estômago gelou por dentro.
Ele está queimando. Tristan estava com febre. Febre é o indício de alguma infecção. E a febre dele está muito alta. Sinto que estou tocando em pura brasa.
O que significa que não é uma infecção qualquer.
Merda. Por que ele não ficou quieto como eu pedi enquanto eu não voltava com os remédios ao invés de encher a cara e fumar maconha ?
"Por que ele achou que você não ia voltar.
O meu peito se aperta quando a minha mente se lembra disso. Ele achou que eu não voltaria. Que deixaria ele aqui sozinho e ferido.
Ele resmunga alguma coisa quando eu ergo a camisa dele para verificar se o ferimento está sangrando. Não está. As gazes do curativo estão apenas sujas de sangue quase seco.
Quando fui afastar a minha mão ,ele agarrou o meu pulso ,apertando com força . Eu gemi com a dor da pressão dos dedos dele apertando o meu pulso. O meu gemido fez com que ele abrisse os olhos e olhasse com pânico para mim.
—Está me machucando. —eu o avisei num tom mais calmo que consegui para que ele não achasse que eu estava com medo dele.
Ele soltou o meu pulso. —Eu sinto muito , pequena. Merda. Eu realmente sinto muito. —ele aperta rigidamente os lábios enquanto os seus olhos, meio atordoados , parecem gritar arrependimento.
—Está tudo bem. Você estava tendo um pesadelo ,eu acho. E está com muita febre. Precisa tomar os remédios urgente. —eu disse e no segundo seguinte ,fui até a sacola para pegar os remédios dele. Já com dois comprimidos em mãos ,um antiinflamatório e o outro analgésico ,abro uma garrafa de água e volto para ele. —Aqui , precisa ingerir isso.Sãos os remédios. Vou fazer uma compressa com água fria também pra ver se ajuda.
Ele pega os comprimidos da minha mão e os engole com ajuda de um pouco da água que eu entrego a ele em seguida.
—Obrigado , pequena. Eu preciso de um banho gelado.
Sinto que estou sobre uma maldita fornalha. — Ele fechou fortemente os olhos e deu uma risada baixa e nasalada. —Eu nem fui para o inferno ainda e já estou queimando. O diabo deve estar com muita pressa pra colocar as mãos em mim. — Seu tom brincalhão soou meio grogue.
Era o efeito da febre. Por que ele também está lutando para manter os olhos abertos. Ele precisa de um médico. Mas ele não pode ir pro hospital. O medo que ele piore a ponto de eu não poder fazer nada para ajudá-lo, cai sobre mim ,causando um desconforto no estômago e um nó na garganta.
Ele vai se erguer pra se levantar e resmunga um " inferno ''
E isso me irritou um pouco.
—Você não devia mencionar tanto o diabo e a casa dele quando você precisa tanto de ajuda divina , sabia ? Ao invés disso ,devia pedir pra Deus pra não deixar você morrer já não que pode ir pro hospital.
— Deus já está me ajudando , pequena. Por mais que eu não mereça ,ele está. —Ele segura a minha mão ,entrelaçando os nossos dedos juntos de modo firme antes me encarar nos olhos e acrescentar : —
Por que ele me trouxe até você , pequena. Você é a minha ajuda divina.
Se a intenção dele era me transformar em uma manteiga derretida sobre um forte calor com o que acabou de dizer,ele conseguiu. Estou derretida e com o coração batucando.
—Prometo que vou tentar não falar tanto naquele que só quer me foder.—brincou.
—Isso já é um bom começo. Obrigada. —eu disse.
— Tem água aqui , pequena ? —ele pergunta.
—Sim ,e do tipo que você precisa. Bem gelada.
— Ficando de pé ,eu ofereci a minha mão para ajudá - lo a se levantar do colchão.
—Não , pequena. É melhor ficar longe de mim. Não quero machucar você.
E é provável que eu faça isso porque …. — ele soprou fundo : — A minha cabeça está malditamente girando. Eu posso cair e levar você junto.
O fato de que , mesmo ferido e abatido pela febre alta e ainda assim se preocupar comigo , fez com que os meus olhos se enchessem de lágrimas e o meu peito se apertasse com força . Nunca ninguém se importou tanto comigo como ele está fazendo .
"Não é hora para se render a emotividade , Alyssa. Faça alguma coisa para ajudá -lo.
— Não vai me machucar porque eu não vou deixar você cair. Agora ,pegue logo a minha mão.
Vejo um pequeno sorriso curvar o canto dos lábios dele.
—Você é uma pequena coisinha fofa e mandona ,sabia ? — Ele segura a minha mão , mas não coloca quase nenhum peso para que eu possa ostentar enquanto ele ,com dificuldade ,fica de pé. Eu me apressei levando um braço ao redor da cintura dele e segurei firme , me preparando para o pior caso ele caísse — Tudo bem, pequena. Eu não vou cair. —disse ele e após um suspiro fundo,seguiu para o banheiro ,caminhando com dificuldade enquanto mantinha uma mão no ferimento. —O meu medo é que você caia e se machuque mais do que já está , é mais forte do que o seu orgulho e teimosia em aceitar a minha ajuda. — Jogando um braço dele em volta do meu ombro , segurei firme ali enquanto levava o meu outro braço para a cintura dele.
—Pequena ..—Ele grunhiu.
— Sem chances. —eu digo com firmeza. Ele não volta a reclamar.
Deixei ele no banheiro e fui buscar uma vela e voltei pro banheiro , colocando a vela sobre a pia.
Em seguida, indiquei os minúsculos frascos de sabonete líquido sobre o parapeito da janela do banheiro. Eram amostras grátis que eu sempre pegava de uma loja de cosméticos no centro quando tinha a oportunidade. Assim como creme dental, shampoos e condicionadores. Eles sempre deixavam essas amostras em uma cesta na entrada da loja.
Então era fácil pegar e sair de fininho sem ser abordada.
—Eu preciso me livrar dessas roupas. Se não quiser me ver nu , é melhor você sair. —ele colocou um pouco de diversão na última frase e um sorriso torto.
Oh ,meu santo. É claro que ele precisa se livrar delas para tomar banho.
Chutando o embaraço da minha voz ,eu digo o mais naturalmente possível :
—Está bem. Eu vou esperar lá fora. Você tem uma toalha limpa nas suas coisas ?
— Tenho sim. Está na minha mochila. Pode pegar pra mim , por favor ? E se não for pedir demais , uma roupa também ?
—Claro. Quando terminar,me chame. — Eu disse e após encostar a porta ,fui pegar as roupas e a toalha nas coisas dele . Ele era cuidadoso porque as roupas dele estavam todas limpas e dobradas na mochila. E cheirosas.
Peguei uma calça de moletom ,uma camiseta , cueca e um par de meias. E por último ,a toalha que estava dobrada no fundo da bolsa.
Ouvi ele resmungar alguma coisa seguido por um gemido abafado e depois disso um "caralho ' muito irritado.
Peguei as roupas e a toalha e fui até a porta do banheiro e bati .
—Você está bem, aí ?— Perguntei .
Claro que não , idiota. Como ele poderia estar bem quando
mal consegue se mover ,está com dor e quente como fogo ?
—Sim, pequena ,eu estou bem. —ele respondeu em voz baixa.
A minha pulsação acelerou e o meu coração seguiu o mesmo ritmo quando tomei a decisão de entrar para ajudá-lo. Antes que eu pudesse voltar atrás na minha decisão ,empurrei a porta e entrei. Tristan está apoiado na parede tentando se livrar dos coturnos de couro com cadarços sem ter que se baixar para isso. Um feito meio impossível de se concretizar sem usar as mãos.
Quando ele me viu , os olhos dele ganharam energia.
—O que faz aqui , pequena?
O nervosismo me ataca. Eu estou prestes a ver o homem nú e só de pensar nele nú , fico uma pilha de nervos e a minha pulsação vai a mil. Deixando as roupas e a toalha na pia ,eu olho para ele.
— Eu vim te ajudar.
Se quiser , é claro. É só fingimos que eu sou uma enfermeira e você o doente . Merda. Você é o doente. —A minha voz saiu atropelada, denunciando o nervosismo.
—Não precisa se isso a deixa nervosa , pequena.
— Eu não estou nervosa. —eu minto e me abaixo para tirar as botas e as meias dele. Não me surpreendendo quando encontro uma faca protegida por um suporte de couro preso em uma das portas . Tiro o suporte com faca e deixo de lado e depois faço o mesmo com as portas e meias. Suspiro fundo. Agora é a vez da calça.
Ele se adianta e abre o botão e o zíper. Tudo que eu tenho que fazer é puxá-la para baixo.
Por mais que eu tente não demonstrar o meu nervosismo ,os meus dedos trêmulos me entregam quando seguro nas duas laterais do Jeans preto e deslizo devagar pelas pernas musculosas ,deixando a cueca box também preta visível. Com a calça nos pés ,ele sai dela sem a minha ajuda. Dobrei a calça e coloquei na pia e voltei para tirar a cueca.
A cueca.
Sim ,eu estou mesmo indo fazer isso. Eu vou tirar a cueca dele.
— Você não precisa fazer isso , pequena. —Com o rosto contraído,ele respira fundo e fecha os olhos. — Eu me viro a partir daqui. — A voz dele saiu baixa e fraca.
Controlei o meu nervosismo e constrangimento tolo e mostrei o máximo de confiança que consegui.
— Eu sei que eu não preciso ,mas eu quero ajudar você. Agora ,pare de me interromper. —eu disse com humor e ele sorriu.
— Está bem. Se não se importa de me ver nu ,sou todo seu.
Com o coração descontrolado ,eu tirei a cueca dele de uma vez e deixei na pia.
Quando voltei para ele novamente , ele já tinha tirado a camisa. — É preciso tirar isso ?— ele tocou o esparadrapo impermeável sobre o ferimento. — Não. —Evitando olhar para a parte debaixo do corpo dele ,
, ligo o chuveiro e o ajudei a entrar na água ,tomando cuidado para não me molhar enquanto fazia isso.
—Porra , isso é o que? Gelo ? —ele bufa ,jogando a cabeça para trás para que a água caia em seu rosto bonito.
— Não reclame , vai ser bom pra baixar a febre. — rindo ,eu entrego um frasco de sabonete para ele. —O que é isso , pequena ? —Ele pergunta ao pegar o frasco.
— É sabonete.
Ele derrama um pouco na mão e começa a se esfregar.
Até agora,eu tinha evitado olhar para o corpo dele e pretendia continuar assim , mas os meus olhos parece que ganharam controle próprio porque eu não consigo para-los quando eles decidem com muita determinação a viajar pelo corpo de Tristan.
Quando os meus olhos chegaram no pau dele,foi inevitável não arregalar os olhos. Era grande e pesado. Senti-me como se tivesse pegando fogo por dentro só de olhar.
Santo Deus. Se já era enorme sem estar em ação ,como será que ficaria quando estivesse ?
" Que merda ,Ally ?
Tirei os olhos do corpo dele e foquei em seu rosto antes que ele me pegasse olhando.
—Acho que já tive água gelada o bastante. —com um sorriso torto nos lábios ,ele desligou a água .
—Está bem— Peguei a toalha e entreguei a ele que começou a se secar.
Eu sabia que assim como o ajudei a se despir ,eu teria também que ajudá-lo a se vestir . Então , quando ele terminou de secar a parte de cima do corpo ,onde ele não precisava se abaixar pra isso ,eu coloquei a mão na massa. Quer dizer ,eu vesti o corpo daquele homem que não era nada menos do que uma linda e sexy obra de arte tatuada e musculosa. Sequei suas pernas em primeiro lugar , é claro.
Quando eu terminei de subir a calça de moletom e ele vestir a camisa , eu sugeri que ele fosse se deitar.
Ele me puxou para ele e me abraçou. —Obrigado , pequena.
É só um abraço. Um abraço de agradecimento , mas ali, colada nele enquanto estou envolvida pelos seus braços fortes ,tão suavemente e protetoramente , eu sinto coisas que nunca senti antes.
—Vamos deitar , pequena. E dessa vez,você fica com o colchão. —ele rompe o abraço e me afasta com cuidado dele. E eu já sinto falta de estar lá novamente tão rápido como tinha saído.
— Está tudo bem,você pode ficar no colchão . Eu me viro com o cobertor. —eu disse ,me oferecendo como apoio pra ele novamente para voltarmos ao quarto.
—Isso não tem discussão , pequena. Você dorme no colchão.
—Eu já disse que está tudo bem.
—Não vou deixar você dormir no chão. —disse ele com uma carranca.
—Pare de ser teimoso, homem ! Não vou deixar você dormir no chão com febre e ferido e ponto final. —Eu me afastei dele para que se deitasse.
— Neste caso, acho que devemos dormir juntos então. Ou é isso ,ou sem acordo.
—Ele não parecia que estava brincando.
Se concordar com aquilo era o único jeito de ele ficar no colchão , que assim seja , então, mesmo que pra isso eu tivesse que lutar pra não ser sucumbida pela sensação potente e quase palpável de eletricidade que exalava dele e atingia cada centímetro do meu corpo .