— Jules, que surpresa boa! — sou trazida de volta, pela voz animada da Viviane, a coordenadora do lugar.
— Oi, Vivi, como está?
— Eu estou ótima! Então, veio ver como anda o projeto?
— Sim, me deu vontade de visitar as crianças.
Ela me abraça e seguimos para dentro. Meu coração se enche de alegria a cada abraço espontâneo que recebo pelo caminho. Dizem que as crianças são o brilho e a esperança do mundo, e isso é a mais pura verdade, pois onde tem esses seres cheios de energia, não sobra espaço para tristeza. Esse lugar foi um refúgio para a minha dor, eu usei esses sorrisos, essa energia contagiante para me ajudar a suportar o peso da culpa que eu carregava. Hoje, sem nenhum peso, eu fico só feliz estando aqui.
— Jules, onde você está? — O Samuel pergunta, assim que atendo o telefone. Que já estava chamando há alguns minutos.
— Estou no abrigo, visitando as crianças. Por… — antes que eu pergunte, a ligação é encerrada. Olho o telefone sem entender o que aconteceu.
Até pensei em