Adônis Hart
Passei a semana observando Pietra definhar aos poucos. O pai dela, com sua presença opressiva, parecia sugar toda a energia que ela possuía. Sua alegria habitual foi substituída por uma apatia preocupante. Mal comia, andava sempre exausta, e seus olhos denunciavam noites mal dormidas. Tentei intervir, mas com Pietra, nem sempre era fácil. Ela suportava mais do que deveria, carregando o peso de um pai que fazia questão de esmagar qualquer lampejo de felicidade.
— Pietra, eu acho que você não deveria ir nesse jogo de tênis com seu pai hoje — disse, tentando dissuadi-la.
Seus olhos se encheram de lágrimas imediatamente. Mesmo cansada, ela era teimosa e leal a uma figura que nunca lhe deu motivos para ser.
— Eu não tenho opção, Doni. — Sua voz saiu trêmula, e ela se jogou em meus braços.
Nos últimos dias, nossa relação havia se tornado mais íntima. Estávamos próximos, trocando carinhos e partilhando confidências. Tentei, a princípio, manter a distância. Resistir a Pietra era