Capítulo 7

O telefone tocou, tirando Bruna de seus pensamentos. Era Adrian:

- Adivinha no que estou pensando?

Ela riu:

- Nossa, pergunta difícil... Poderia ser tantas coisas...

- Estou pensando em ir agora para sua casa, subir até o seu quarto e...

- E dormir comigo. – disse ela rindo, certa dos pensamentos dele.

- Não entendo como você consegue sempre me surpreender. – disse ele.

- Não sou surpreendente... Na verdade é você que é muito previsível.

Ele riu:

- Bruna, andei pensando...

- Hum, você pensando... Isso sim é surpreendente.

Ele riu:

- Puxa, eu não disse? Você sempre consegue me surpreender com o que diz. Consegue sempre saber o que estou pensando, mas eu nunca consigo imaginar o que passa nesta sua cabecinha.

- Sim, eu o conheço muito bem, Adrian.

- Acho que no fundo ninguém consegue conhecer outra pessoa tão profundamente.

- Adrian, eu discordo. Conheço você muito bem. E sei que você está me ligando esta hora com certeza não é somente para me desejar uma boa noite. Por acaso está pensando em desistir do casamento? – perguntou ela em tom sério.

- Desistir? Muito pelo contrário. Estou cada vez mais certo da minha decisão. E foi por isso que decidi lhe fazer uma proposta indecente.

- Proposta? Acho melhor você dizer antes que eu tente descobrir.

- Bom, falta pouco tempo para o casamento. Alguns dias a mais ou a menos... Que diferença faz? Meu desejo por você só aumenta dentro de mim. Pensei que talvez fosse hora de comemorarmos tudo que vivemos nestes últimos dias tendo nossa primeira noite de amor juntos.

Ela riu:

- Não acredito que estou ouvindo isto. Confesso que fui surpreendida desta vez. Para quem conseguiu esperar 6 anos, o que são menos de 3 meses? – ela parou de ir. – Você sabe o que penso com relação a isso, Adrian... Para mim é bem importante.

- Você estava tão atraente hoje... Sabe como é difícil para mim controlar-me? Como eu queria você neste momento, tocar cada pedacinho do seu corpo macio...

- Não.

- Basta você querer, Bruna... Não há nada que nos impede.

- Eu não quero. – disse ela firmemente.

- Você fala isso com tanta convicção, como se nem sequer me desejasse.

- Eu... Eu... Eu não quero falar sobre isso, Adrian. Quer dizer, fiquei confusa. Você sabe...

- Bruna, você sabe o quanto a amo, no entanto eu não precisava me casar para provar isso. Como para você o casamento é importante, eu decidi assumir este compromisso para provar que meu amor era maior que tudo. E sim, eu amo você Bruna. Mas confesso que você me deixa em dúvida às vezes sobre o seu amor... Ás vezes penso que você só é obsecada por mim.

- Não consigo acreditar que possa ter dúvidas dos meus sentimentos por você, Adrian.

- Sim, tenho dúvidas... –confessou ele.

- Adrian, eu te amo muito... Nunca duvide disso. A única certeza que eu tenho na minha vida é de que quero ficar para sempre com você.

Ele riu:

- Então me prove.

- Adrian, você está forçando a barra... Nunca foi assim, sempre respeitou minha decisão quanto a casar virgem.

- Eu provei meu amor, agora você prova o seu.

- Se você não quer casar comigo, não case. Às vezes parece que sente obrigado a isso.

- Não temos mais o que falar então. – disse ele seriamente.

- Nunca mais? – perguntou ela nervosa.

- Não ao menos hoje. – tranquilizou ele. – Não estou terminando nosso relacionamento. Esta é apenas uma das tentativas que farei todas as noites até o dia do casamento. Quero ver você resistir ao meu charme.

Ela riu aliviada ao perceber que ele estava brincando.

- Eu te amo. – disse ele desligando.

Bruna ficou com o celular na mão, um pouco confusa. Nem teve tempo de dizer que também o amava e que tinha certeza e sempre teria de seu amor por ele.

Ela ficou um pouco temerosa de ele ter tomado a decisão do casamento por pressão dela. Na verdade ela não tinha dúvidas de que ele a amava, mas sabia que precisava incentivá-lo a logo tomar a decisão, ou ele enrolaria por muito tempo ainda, sempre procurando colocar alguma outra conquista à frente de viverem uma vida juntos.

Alguém bateu na porta.

- Entre. – disse Bruna já deitada na cama.

- Boa noite. – falou Cassiane já acendendo a luz.

- Cassi... Que bom que veio. – disse ela sentando.

- Bruna, mamãe me contou tudo.

- O que você achou?

- Eu... Quero que você seja muito feliz... Só isso. – disse Cassiane com os olhos marejados. – Quero que tenha seu casamento dos sonhos.

Cassiane abraçou Bruna:

- Fico feliz que Adrian tenha aceitado o casamento. E quanto às flores, nossa, eu nunca vi algo tão romântico na minha vida. Achei tão lindo e maravilhoso e gesto dele. Confesso que se Cristiano fizesse isso por mim, eu morreria por ele.

- Sua exagerada! – disse Bruna rindo. – Ninguém morre por amor.

- Bem, tenho uma coisa importante para lhe dizer também. – falou Cassiane.

- Diga logo, Cassi.

- Eu e Cristiano tomamos uma decisão importante nesta semana. Eu iria contar, mas a semana foi corrida e não tive tempo. Mas quero que você saiba logo.

- Terminaram?

- Calma, me deixe terminar, garota. – brincou Cassiane. – Não vamos terminar, muito pelo contrário.

- Vão casar?

- Não chega a tanto...

- Então não me mate de curiosidade e conte logo, Cassi.

- Bem... Decidimos morar juntos. – falou ela sorrindo. – Não vamos casar na igreja porque como você sabe nunca foi meu sonho nem o dele. Não nos importamos com isso. Mas nos amamos e queremos dividir nossas vidas, nossos problemas, nossas alegrias e principalmente nossa cama todos os dias. Mas achamos melhor primeiro morarmos juntos e talvez um dia podemos casar e tudo mais... Inicialmente morar juntos já é um grande compromisso que assumiremos. Sabemos que isso pode mudar um pouco nosso relacionamento e que há chances de não dar certo com esta proximidade diária. No entanto estamos dispostos a arriscar.

- Nem sei o que dizer... Acho isso... Muito legal e... Liberal. A cara de vocês. Desejo do fundo do meu coração que dê certo.

- Eu também, Bruna... Mas pensei numa coisa.

- O quê?

- Eu e você fora de casa... Como mamãe vai ficar sozinha? Por mais que ela finja ser forte, sabemos que ela vai ficar muito triste e abalada e sentirá muito nossa falta. Nós sempre fomos a razão da vida dela.

- Então por que você e Cristiano não vem morar aqui, com ela?

- Pensei que você a Adrian pudessem fazer isso.

- Você sabe que eu e Adrian temos praticamente tudo comprado... Só faltava o casamento. – ela riu. – Mas você e Cristiano nem pensavam nisso... Então aqui tem tudo que vocês precisam.

- Entendo... Não sei o que Cristiano acharia.

- Cristiano gosta muito da mamãe também e ela dele. Creio que nem vocês nem ela teriam problemas de relacionamento. Mas acho que mamãe precisa também sair um pouco e viver a vida dela e não mais a nossa.

- Eu sei disto... E concordo. Mas sabemos que ela nem pensa em fazer isso.

- Acho que você precisa conversar com Cristiano e convencê-lo a virem par cá. Depois o próximo passo e fazer com que mamãe viva a vida dela.

- Eu quero que sejamos muito felizes, Bruna. – disse Cassiane. – Nós merecemos isso, não é mesmo? Nós 3... – disse ela sorrindo.

As duas se abraçaram com carinho.

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