Fabiana
A primeira coisa que noto quando entro na sala, pouco antes do professor, é a ausência da minha amiga.
Sob olhares de sempre ― quero saber quando isso vai parar ou pelo menos diminuir ―, vou até a mesa de Marcos.
― A Ali está bem? Por que não a vejo? Ela veio hoje?
Ele ri discretamente do meu desespero.
― Calma. Ela se queixou de cólica e minha mãe permitiu que ficasse em casa. Amanhã sua amiga estará de volta.
Suspiro.
― Que alivio! Tive um pressentimento ruim e fiquei preocupada.
O professor chega, acabando com as conversa paralelas, inclusive a nossa.
Após dez minutos de aula, Marcos cutuca minhas costas e recebo um pedaço de papel.
“Sentiu falta da minha irmã, mas nem se importou por eu não ir ontem. Me achando jogado de lado.”
Sorrio feito boba. Mas logo engulo o sorriso. Estou em aula. Decido responder atrás do papel.
“Eu te vi bem. Achei que tinha cansado de ler comigo.”
Estico a mão e sinto um arrepio quando seus dedos me tocam para pegar o papel.
Queria poder ver sua