A Casa de Elena
A porta de madeira rangeu quando ela a empurrou, o cheiro familiar de madeira, ervas secas e um leve toque de perfume antigo invadindo suas narinas.
"Bella…" chamou suavemente.
A gata-preta apareceu de cima do sofá, pulando com elegância. Se enroscou nas pernas de Elena, mas parou de repente. As pupilas dilataram, o pelo se eriçou. Um miado baixo e tenso escapou.
"Sou eu", sussurrou Elena, ajoelhando-se para acariciá-la.
"Sou eu... ainda sou eu."
Bella a cheirou com cautela. Depois, roçou a cabeça na mão dela, mas com relutância.
Elena subiu as escadas, cansada. Como se estivesse carregando cem anos nos ombros. Ao entrar no quarto, foi direto ao banheiro. A banheira antiga a esperava.
Abriu a torneira. A água quente começou a encher lentamente, liberando vapor. Gotas de óleos essenciais perfumaram o ar com lavanda e algo mais... metálico.
Ela despiu-se, encarando o reflexo no espelho. A mecha negra tremulava como sombra viva. Sua pele tinha um brilho doentio, quase fri