Chiara
Eu estava à beira do desespero. Perdi totalmente a noção do tempo no horrível lugar em que Laura e eu estávamos, mas tinha certeza de que se passaram muitas e muitas horas desde que fomos trancadas e presas ali. Sentia-me profundamente responsável por Laura, e a ideia de algo acontecer com ela por minha causa era avassaladora. Não me perdoaria se algo de ruim acontecesse a ela por ter sido arrastada para essa situação toda.
— Você não tem culpa de nada, Chiara — Laura disse, como se lesse meus pensamentos — Você não escolheu ser filha de um mafioso e não quis estar envolvida nessa terrível disputa.
— Mas eu aceitei ficar em Palermo! Aceitei! E você não teria sido sequestrada por Theodoro se não fosse por minha causa!
Naquele momento, a porta se abriu e meu coração acelerou em uma mistura de esperança e apreensão. O medo pela vida de Laura me consumia, especialmente após as palavras cruéis de Genevieve, reforçando que Laura não passava de uma peça descartável nos planos sádicos