Capítulo 3 - Sara fica confusa

Sara

Entro para casa e vou dormir, melhor a fazer. Rolo a noite toda na cama, não gosto do Joca como homem, só amizade mesmo, mas ele mexeu comigo.

Acordo com Simone e Céia em cima de mim, tenho certeza de que deve ter feito nem uma hora que peguei no sono, loucas para saberem de tudo, reviro os olhos com a insistência delas.

— Acorda!!!! O que houve com você ontem? — Diz Simone — Ignorando aquele pedaço de mau caminho… ah se ele me quisesse!

— Me deixem dormir, por favor. Pode ficar com ele se quiser, não ligo. – Falo manhosa.

— Após nos contar tudo! — Disse Céia.

— Enquanto não falar, não vão me deixar em paz né! — Bufo. Me sento encostada na cama, enquanto olho para elas que ficam me olhando apreensivas.

— Sei que Céia deve ter te informado de tudo sobre o Joca, certo? — Simone assentiu com a cabeça.

— Então, nunca levei a sério que ele gostava de mim, acreditei ser coisa de criança, de amigo protetor talvez, sempre fomos inseparáveis, Joca, Céia e eu. Até que ele começou a ficar violento, agressivo, foi se afastando da gente, foi convidado a se “retirar” do Aprendiz, de repente ele sumiu. Ficamos desesperadas atrás dele, fomos até falar com o traficante, coisa que sempre repelimos, mais pela preocupação fomos. Dona Zélia, a tia dele, ficou muito doente, morrendo chamando por ele… Foi um sufoco e fomos superando aos poucos com o tempo. Agora ele aparece, querendo me tomar como se fosse dele, me agarra e beija? — Digo me sentindo insultada.

— Mais qual é o mal? Uma coisa boa nisso! — Disse Simone com aquele olhar pervertido.

— Sua vaca! Sei muito bem aonde quer chegar! — Digo brava.

— Deixou de ser BV1!!! — Disse Céia.

— Bando de palhaças. — Pego meu travesseiro e abraço.

— Sara! Que mal tem dar uns beijinhos, uns amassos? É saudável! Ainda mais com um cara que está a fim e muito gostoso. A não ser que você seja lésbica? — Disse Simone bem séria.

— Não sou lésbica!!! Nada contra com quem é, mas gosto de homem. — Digo meio sem graça.

— Como tem certeza se nunca beijou antes, a não ser que com o beijo do Joca, acendeu uma faísca!!! — Disse Céia sendo engraçadinha, rindo demais, mas tentando aliviar a tensão. — Mais agora o que queremos saber, o que aconteceu depois que você saiu? Ele saiu louco atrás de você. Geral do Baile parou para ver.

— Ele veio atrás, se declarou, me pegou pelo braço e me segurou na parede com aquele hálito quente muito próximo a mim… — só de lembrar fico arrepiada — Dizendo que foi sempre verdade, que sempre me quis. Joguei umas coisas na cara dele, como quando ele foi embora, quando a tia morreu chamando por ele. Vi que toquei na ferida, vi dor e angústia em seus olhos, mas não me arrependi. Ele não pode chegar agora me tratando como se fosse sua namorada, como se tivesse ido embora ontem. Nunca tivemos nada para ele agir assim, possessivo. Falei ser meu amigo e nada mais que isso. Disse que ia embora e perguntou se podia me levar até minha casa. Deixei. Chegando lá, me pediu um abraço, dizendo precisar. Novamente deixei. Me abraçou apertado, quase me deixou sem ar, quando fomos nos separando, nossos rostos ficaram muito perto, passou os dedos pelos meus lábios, deu um beijo suave, casto e na sequência um intenso, eu não tive nenhuma reação e deixei acontecer. Quando dei por mim, pedi para ele parar porque senão não nos veríamos mais, pediu desculpa e se foi.

— Caraca! Joca é mesmo gamado em você, Sara! O que você fez com esse homem lindo que ele se tornou! Pelo menos isso você percebeu né? — Disse Céia. — Mas me fala o que achou do beijo?

— Foi ótimo, mexeu comigo de certa forma, não que eu queira ficar com o Joca, mas beija maravilhosamente bem, apesar de eu não ter nenhum parâmetro sobre isso… — dou uma risada sem graça. Elas caem na risada.

— Deixei claro que não vou me envolver com uma pessoa dessa vida, não quero viver preocupada se tenho ou não alguém, se meus filhos têm pai hoje e amanhã não.

— Está certa! Está correndo atrás do seu há tempos, para se perder agora. — Ficamos conversando sobre outros assuntos, assim meu sono passou, Joca saiu da minha mente por hora.

Encontrei Joca pelo morro quando voltava do trabalho, sempre rondando perto de casa, mas não tentou mais nada e assim foi passando aquela ansiedade, voltou tudo ao normal.

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