Capítulo 5 O Recomeço

Três semanas depois.

Clara acorda em um quarto de UTI. Ela estava desorientada e dá de cara com Abigail que não esconde a alegria de ver sua amiga acordar.

- Clara! Fico feliz em ver que você acordou.

- O que aconteceu?

Abigail suspira e parece escolher as palavras certas para dizer pra ela.

- O cretino do Ryan fez isso com você. Ele foi longe demais.

- E o meu filho? Está tudo bem com o meu bebê?

Clara fala levando as mãos ao seu ventre. Abigail abaixa a cabeça antes de responder.

- Eles fizeram de tudo, mas o miserável chutou a sua barriga e você acabou sofrendo um aborto espontâneo. Eu sinto muito por isso amiga.

Clara chora em silêncio enquanto leva as mãos sobre a barriga.

- Que mais ele fez?

Clara pergunta enquanto soluça.

- Ele quebrou quatro costelas suas e você teve um pequeno trauma na cabeça. Você ficou desacordada por três semanas.

- Deus...

- Alguns policiais irão vir aqui colher o seu depoimento e... você vai ficar no meu apartamento enquanto se recupera. Depois preciso que você suma daqui Clara. Vá pra outra cidade grande e recomece sua vida. Ryan só vai descansar depois de te matar.

Clara fica em silêncio refletindo tudo o que estava acontecendo. Em pouco espaço de tempo, o médico que a atendeu vem e a examina. Felizmente Clara estava se recuperando bem e não teria nenhuma sequela.

Ao anoitecer, dois policiais entram no quarto e colhem seu depoimento.

Com o passar dos dias, Clara vai melhorando e recuperando suas forças. Ryan tinha desaparecido e isso a aliviava um pouco.

Abigail ficava lá perto dela o tempo todo e só saia quando tinha que ir para as aulas na universidade, pois suas férias tinham acabado.

Após ficar 7 dias internada, Clara recebe a sua tão esperada Alta e Abigail a leva pro seu apartamento. que era pequeno e aconchegante.

Clara ainda respirava com um pouco de dificuldade por conta de suas costelas, mas seu rosto já estava normal em nada lembrava a agressão que sofrera.

- Lar doce lar. - Abigail fala sorrindo enquanto Clara entra no apartamento.

- Já não aguentava mais ficar naquele hospital.

Clara fala se sentando com cuidado no sofá.

- Vou esperar mais uns dias e vou comprar um carro e seguir viagem. - Clara fala olhando para o chão.

- Você tem dinheiro pra isso? - Abigail também se senta no sofá.

- Tenho minhas economias do tempo em que trabalhava na lanchonete e o que recebi da minha demissão. Ryan nunca soube disso e te agradeço por ter me dito para esconder este dinheiro dele.

Clara sorri e fica mais uma semana no apartamento de sua amiga.

Assim que ela percebe que já pode dirigi, Clara vai a uma loja de carros usados e compra uma caminhonete velha que aparentemente aguentava uma longa viagem. Então ela decide partir no dia seguinte sem rumo.

No dia seguinte ela já coloca as malas na caminhonete enquanto Abigail a segue.

- Chegou a hora de partir.

Clara fala deixando escapar algumas lágrimas.

- Eu sei amiga. - Abigail também chorava - Recomece sua vida. Ainda vamos nos encontrar.

- Até algum dia. Você tem o meu número e... te ligo quando encontrar um lugar para ficar.

Clara entra na caminhonete e dá a partida depois de algumas tentativas. Ela chora de felicidade enquanto dirige, pois pela primeira vez na vida sente que está livre. Sem medo de apanhar ou ser castigada. Ela finalmente respira aliviada.

Clara dirige por horas até sentir fome. Ela estaciona em uma lanchonete e almoça lá. Depois ela vai até uma vila que fica alí próximo e encontra um hotel barato onde passa a noite.

Infelizmente ela não tem uma boa noite de sono devido aos pesadelos que invadem a sua mente. Em todos os sonhos era com Ryan a violando e depois a matando, fazendo com que Clara levantasse bruscamente e assim machucando suas costelas.

No dia seguinte ela entra em um mercado para comprar alguma coisa que desse pra comer na estrada e a tv do local estava ligada onde mostrava um documentário sobre a cidade de Chicago.

Clara olha e acha a cidade bonita e decide ir viver em Chicago.

Ela paga o que comprou e vai até a caminhonete e vê que precisa abastecer, então Clara vai até o posto e abastece sua caminhonete enquanto marca no GPS do celular a cidade de Chicago.

- Eu vou precisar de um emprego.

Ela fala sozinha enquanto checa no aplicativo do banco o quanto tem de dinheiro. Clara tinha o suficiente para se manter por dois meses, então ela procura um cyber café onde imprime alguns currículos, pois a primeira coisa que faria depois de encontrar um lugar para ficar era procurar um emprego.

Neste momento o telefone dela toca e Clara vê que era Abigail.

- Fala Abby!

Ela atende sorrindo.

- Oi Clara, liguei pra saber de você está bem. Como estão suas costelas?

- Elas ainda me incomoda um pouco, mas estou bem. Estou abastecendo a caminhonete e já sei onde vou ficar.

- Onde?

- Chicago.

- Nossa! Dizem que Chicago é incrível. Bom saber que quando me formar vou fazer minha residência lá.

- Espero até lá ter conseguido um apartamento pra gente morar.

- Vamos aprontar todas em Chicago.

Clara escuta sua amiga rir do outro lado da linha.

- Papai disse que Ryan sumiu. Isso me preocupa um pouco.

- Eu sei. Tenho muito medo dele me achar. Estava pensando em juntar um bom dinheiro e ir para a França. Minha mãe era de lá e devo ter algum parente lá.

- Tomara que você encontre alguém lá. E quem sabe você não encontra um francês bonitão.

- Depois do Ryan, não quero saber de romance tão cedo.

Logo Clara percebe um homem alto se aproximando dela e seu sangue gela. Ela estava traumatizada e qualquer um que possuía alguma característica de Ryan a assustava. O homem sobe no caminhão que estava na bomba ao lado do seu carro e ela respira aliviada.

Abigail percebe que a amiga parou de falar e chama por Clara algumas vezes que demora a perceber.

- Ah, me desculpe Abby, acabei me distraindo.

- Nossa pensei que tinha acontecido alguma coisa.

- É melhor eu voltar pra estrada. Quando eu chegar em Chicago eu te ligo. Beijos amiga.

- Até mais amiga.

Clara desliga o telefone, entra na caminhonete e dá a partida. Ela dirige por mais algumas horas até ver a entrada de Chicago. Clara sorri ao ver a paisagem do lugar.

Ela estaciona em uma praça e pega seu telefone e busca por um apartamento para alugar e depois de um tempo fazendo sua busca, ela encontra um na periferia da cidade.

Depois de acertar tudo no apartamento e se instalar, Clara pega seus currículos e sai em busca de algum trabalho. Ela pega um ônibus e vai até o centro onde entrega quase todos os seus currículos.

Clara caminha até que vê um anúncio em um jornal na banca de que a Gallagher Corporation estava contratando no setor da limpeza. Ela decide arriscar. Então pega o endereço e pesquisa no celular onde ficava a empresa. Ela nota que dava para ir caminhando e ela precisava economizar o dinheiro, então vai andando até a empresa.

Clara sabia e muito bem que devido suas costelas ainda não estarem completamente curadas que o trabalho pesado não lhe faria bem, mas ela precisava de dinheiro e aceitaria o que viesse pela frente.

Ela chega no prédio e fica encantada quando vê aquele prédio todo espelhado com um enorme letreiro escrito em azul "Gallagher Corporation". Clara respira fundo e entra no lugar. Ela se informa onde deve entregar seu currículo e após entregar, ela vai para casa se sentindo esperançosa.

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