Rafael havia pensado inúmeras vezes.
Se naquela noite ele tivesse seguido seu coração para procurar sua irmã, será que o resultado seria diferente?
Mas seus passos pararam à porta.
Ele pensou que Letícia sempre voltaria.
Não importava quanto ele a repreendesse, ela era sua irmã, ele era seu único parente no mundo.
Para onde mais ela poderia ir?
Rafael foi à delegacia e registrou um desaparecimento.
O policial perguntou, como de costume:
— Há quantos dias ela está desaparecida?
Ele se sentiu um pouco culpado ao responder:
— Sete dias.
— Você é o irmão biológico dela? Sua irmã desaparece por sete dias e você só agora está reportando? — O olhar do policial varreu seu corpo com um tom de voz hostil.
Um pressentimento perturbador começou a crescer em seu coração.
Ele não conseguia pensar racionalmente enquanto uma voz ecoava em seus ouvidos repetidamente:
— Você não teme que algo tenha acontecido com ela?
Eu flutuava no ar, observando meu irmão como uma mosca sem destino voando ao seu redor