A recepção do casamento estava chegando ao fim, e a música suave já ecoava de maneira menos intensa pela sala. Ronald se aproximou de Ingrid, que conversava com algumas tias distantes. Com um toque leve no braço dela, ele murmurou:
— Ingrid, já está tarde. Vamos para casa?
Ela assentiu com um sorriso discreto. No entanto, antes que eles pudessem sair, Hermínio, que estava próximo, não perdeu a oportunidade de intervir.
— Ora, Ronald, você poderia muito bem levar a Ingrid para Paris. Que tipo de casamento é esse sem uma lua de mel? — disse Hermínio, com um meio sorriso que sugeria tanto provocação quanto crítica.
Ronald respondeu sem hesitar, mas mantendo o tom sempre calmo:
— Não gosto de viagens longas, a menos que sejam a trabalho.
Hermínio balançou a cabeça, desapontado, mas não insistiu. Era uma daquelas discussões que ele sabia que não levaria a lugar nenhum com o neto. Ronald sempre foi pragmático, difícil de se influenciar com a tradição ou com as expectativas da família.