Capítulo 133

Enzo Albuquerque

O céu estava nublado, como se até ele soubesse que aquele dia não merecia sol.

Chegamos ao cemitério por volta das nove da manhã. Eu segurava Nando pela mão, mas nem conseguia sentir seus dedos entre os meus. Era como se tudo estivesse embaçado ao meu redor. As vozes, as pessoas, os olhares... tudo parecia longe, distante. Surreal.

Ana Luiza caminhava ao meu lado. Ela estava séria, imersa em seus próprios pensamentos. E eu precisava me manter inteiro, pelo menos por fora.

O caixão já estava ali, cercado por poucas flores e menos ainda por pessoas. Eu esperava por isso, minha mãe não era querida. Mesmo assim, ver aquele número quase inexistente de rostos conhecidos me deu um nó na garganta. Era uma confirmação cruel: Heloíse morreu do mesmo jeito que viveu… sozinha.

Meu pai estava lá. Parado, calado, com as mãos cruzadas sobre o paletó escuro ao lado de dona Fátima. Ele não se aproximou muito de mim, mas ficou ao meu lado durante todo o velório. Em silêncio. Como se s
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