A noite parecia mais longa que o normal.
Félix e Augusto saíram com David do apartamento e naquele instante, senti meu coração gelar e meu corpo foi envolvido por uma enorme segurança.
Eu estava já na minha xícara de café, quando senti uma mão no meu ombro me fazendo congelar.
—Mamãe...- Disse Charlie, com um timbre de voz sonolento. —Não consigo dormir. Estou com medo.
—Medo? – Perguntei sínica, me virando para a olhar. —Por que está com medo? Não há nada de errado.
Ela coçou os olhos e começou a chorar.
—Liga para o papai?
Meu coração quase parou.
—Charlie...- Falei com um timbre de voz brando, a abraçando. —Meu amor...
Antes que eu terminasse a frase, tentei segurar uma lágrima, evitando-a de cair dos meus olhos, mas foi impossível.
Virei o rosto para que ela não me visse e então, fui surpreendida com a porta sendo destravada. Assim que levantei o olhar, David entrou por ela e parou na porta para tirar os sapatos.
—Por que ainda estão acordadas? – Perguntou ele, vindo até nós.
Char