— E o que vai fazer? - cruzou os braços — Por acaso vai contar ao tio Adamou que você se jogou em cima de Apolo? - riu.
— Acorda, garota. Deixe de ser fresca e mimada e cresça - Layla disse debochada — Ele é um cara como outro qualquer, não tem nada de especial. Você que é burra e fica sonhando com ele.
— Deveria nos agradecer por ter aberto seus olhos. Apolo não te falou nada sobre o casamento porque ele gosta que você fique abando atrás dele - falou como se fosse uma revelação.
Para os ouvidos de Phoebe isso foi um veneno. Ela encarou as duas e seus rostos não mostravam pena ou arrependimento. Ao contrário, pareciam se divertir com sua dor.
— Agradecer? - mexeu a cabeça pra cima e pra baixo — Ok então... Muito obrigada. Vocês abriram meus olhos.
Ela as empurrou e puxou a porta de vez.
— Onde você vai? - perguntaram juntas.
Mas Phoebe não respondeu. Enchendo o peito de ar ela passou pelas pessoas no corredor e seguiu para o salão onde estavam os pais. Mesmo nervosa ela tinha uma ideia na cabeça.
Ela deixaria de ser a garota boba e mimada que todos diziam que era. Não daria mais atenção e nem respeito aos que não lhe davam o mesmo.
Realmente, as duas haviam aberto seus olhos, mas não da forma como elas pensavam que seria. Sentou ao lado da mãe e lhe perguntou se iriam demorar ainda.
— Um pouco. Por que?
— Não me sinto muito bem. Queria ir para casa.
— Não podemos ir agora, Phoebe - sua mãe disse baixinho — Seria falta de respeito com a família. Apolo ainda vai anunciar algo.
Ela sabia sobre o que ele iria falar. Mordeu o lábio sentindo vontade de chorar, mas conseguiu segurar. Apolo iria anunciar seu casamento para todos.
Ela pediu licença para a mãe e foi para fora da casa. Procurou um lugar com pouca gente no jardim lateral e achou um banco de cimento embaixo de uma árvore.
Sentou ali tentando passar despercebida pela pessoas e esperando não ser incomodada por ninguém. Seu coração batia tão forte que sentia seus dedos formigando.
Depois de um tempo que ela não sabia quanto, ela ouviu a voz de Lara convindando todos a entrarem no grande salão para um importante anúncio.
Nesse instante seu coração bateu forte em sua garganta e ela começou a ficar nervosa. Levantou e enquanto as pessoas seguiam para dentro do salão, ela foi na direção oposta. Queria ir o mais longe possível para não ouvir o que viria em seguida.
Ela ainda escutou Lara dizer que o filho estava lhe dando uma grande alegria, pois continuava o trabalho e legado de seu pai, Felipe. Que em suas hábeis mãos a empresa iria prosperar.
Ela então começou a chorar e correu mais para dentro do jardim e se afastou da casa. Não queria ouvir o que ele iria falar sobre sua nova vida ao lado de sua esposa que ela nem sabia existir.
Acho uma árvore um pouco afastada e com fraca iluinação e se abaixou em suas raízes, sem se preocupar com o vestido caro que tinha comprado só para que ele a visse bonita.
Abraçou as pernas e começou a chorar.
Sua decepção nessa noite ficaria marcada para sempre em seu coração e em sua mente. Precisaria de muito tempo longe dele para começar a se recuperar da humilhação que tinha se colocado.
Agora realmente se sentia mal. Sua garganta tinha um bolo preso, como se fosse vomitar a qualquer momento e sua cabeça doía demais, além do gosto amargo na boca.
Tinha sido uma noite de erros, começando por tentar ser o que não era. Uma mulher solta e dona de si. Era uma garota tonta que acreditou em pessoas que não mereciam.
Só queria que a noite acabasse e pudesse correr para sua cama. Lá poderia chorar à vontade.
E seu coração poderia sofrer em paz.