Fernanda Mendonça
Levo o canudo do suco à boca, mas o gosto doce do pêssego não chega aliviar nem um pouco o nó apertado em minha garganta.
Meus dedos apertam o copo de suco com força, tendo a todo custo não ficar encarado o casal sentado apenas duas meses de distância da minha. Contudo, sou fraca.
Não consigo desviar o olhar.
Pietro está ali, mas parece não me notar, ao apenas finge.
A mulher com ele eu nunca a vi aqui antes, talvez seja uma das novas. Ela tem um sorriso radiante e sedutor, mostrando todos os seus dentes perfeitos e alinhados. O toque casual da mão dela no braço de Pietro me dá a sensação de um golpe no estômago.
Ele não a afasta.
Aperto o copo com força sem perceber, e o suco acaba transbordando pelo canudo, molhando a mesa.
O som da risada dela me faz sentir uma vontade enorme de revirar os olhos enquanto enxugo a mesa com o guardanapo.
Espio eles de novo, ela continua rindo e mexendo no cabelo, mordendo o lábio, tocando o ombro e mão dele.
Eu não deveria me import