— Eles te tratam mal.
Não era uma pergunta. Era uma observação fria baseada no que eu havia testemunhado no jantar semanas atrás — a forma como ignoravam Oliver, como valorizavam cada palavra do irmão enquanto mal ouviam as dele.
— Eles não são ruins — Oliver disse rapidamente, numa defesa automática e patética que me fez querer sacudir seus ombros. — São apenas... rígidos. Tradicionais. Eles querem o melhor para mim.
— Oliver.
— Eles se preocupam comigo — insistiu ele, a voz ficando mais agitada, mais desesperada. — É só que... ser gay não era parte do plano deles para mim. E eu entendo isso. Realmente entendo.
— Entende?
— Sebastian, você não compreende. — Sua voz tremeu ligeiramente. — Eu coloquei você numa situação horrível. Transformei você em... em algo que você não é. Em gay.
E isso foi terrível da minha parte, imperdo ável, porque eu sabia que você provavelmente nem gosta de homens, e mesmo assim eu...
— Oliver.
— ...e você tinha razão sobre os limites.
Tinha razão sobre tudo.