Havia algo ali que poderia ser dor, mas também determinação absoluta e inabalável.
— Posso — disse eu, minha voz mal audível, quebrada.
— Bem.
Sebastian terminou seu whisky de uma vez só e colocou o copo pesadamente na mesa.
— Vou dormir — anunciou ele friamente. — Amanhã é outro dia, e precisamos voltar à normalidade. Ao profissionalismo.
Normalidade.
Como se alguma coisa sobre nossa situação impossível fosse remotamente normal.
Depois que ouvi a porta do quarto dele se fechar com um clique final, permaneci sentado completamente sozinho na sala silenciosa por mais uma hora interminável, processando dolorosamente cada palavra da conversa.
Cada ferida aberta.
Sebastian não queria meus toques desesperados. Não queria minha proximidade patética. E provavelmente não queria estar nesta situação de forma alguma.
Eu havia criado esta mentira elaborada para impressionar meus pais críticos, e no processo havia prendido cruelmente o homem que amava numa farsa que o fazia se sentir desconfortável