~Damon~
Ela ainda estava parada junto à parede, exatamente onde eu a tinha deixado. O corpo imóvel, mas o peito subindo e descendo rápido. A pele corada. Os olhos enormes, dilatados, fixos em mim como se eu fosse um deus diante do qual ela não sabia se deveria se ajoelhar ou fugir.
Ela tinha visto tudo.
E não estava com medo.
Ela estava arfando.
Tremendo.
As coxas pressionadas uma contra a outra, e o cheiro dela inundando o corredor como uma onda quente de açúcar e cio.
Eu caminhei até ela, minhas botas deixando pegadas ensanguentadas sobre o piso, o peito ainda arfando de adrenalina. Eu não pisquei. Não me apressei.
Quando parei diante dela, estávamos tão perto que eu podia sentir o calor pulsando do corpo dela.
Ela levantou o rosto pra mim como se estivesse prestes a desmoronar.
Os lábios entreabertos, mas nenhuma palavra saiu.
Estendi a mão...ensanguentada, e segurei o rosto dela com a palma quente.
— Eu disse pra você fechar os olhos. — Falei baixo. — Eu não queria que você visse