— De jeito nenhum, Caterina!
Minha mãe levantou-se bruscamente do sofá, a xícara de chá tilintando ao bater na mesa.
— Ele te feriu desse jeito e você vai simplesmente deixá-lo sair impune? Eu não vou permitir.
— Mãe, por favor, apenas me ouça. — Pedi, pousando minha xícara e levantando-me para encará-la. — Eu tenho seis anos da minha vida investidos naquela empresa. Cada projeto que desenhei, cada planta que tracei… tudo ainda está lá.
— Se você destruí-la, estará destruindo também o meu trabalho.
O rosto da minha mãe estava severo sob a luz do abajur. Ela andava de um lado para o outro, os dedos cerrados em um punho.
Como Luna da alcateia da Lua Prateada, raramente perdia a compostura daquela maneira.
— Mas aquele desgraçado… — Murmurou, a raiva ainda queimando em sua voz.
— Eu já perdi tanto. — Interrompi, segurando suas mãos nas minhas. — Minha juventude, meu amor… Por favor, não me faça perder a única coisa que me resta.
As mãos dela estavam quentes, mas eu podia sentir o e