78. A dor da traição
Caroline Hart
Aquela maldita noite passou arrastada. Não sei quantas vezes virei de um lado para o outro, o travesseiro estava todo molhado de lágrimas.
O silêncio da casa era insuportável, cada rangido do assoalho soava como uma acusação. Quando o sol começou a nascer, minhas pálpebras ainda pesavam, mas o coração estava ainda mais cansado.
Sentei na cama, abracei os joelhos.
O peito ardia. Por que tudo comigo tinha que ser assim? Sempre alguém mentindo, sempre uma traição.
Eu estava grávida, e agora... não sabia como reagir. Não sabia em quê acreditar.
Fechei os olhos, tentando expulsar as imagens de Damon com aquela vadia.
Mas elas vinham, insistentes, cravando farpas na minha mente. A Hart de antigamente — a que jurou nunca mais confiar — gritava para eu ir embora antes de me destruir de novo.
Eu não queria acreditar que Damon poderia me trair, e justamente com ela... A ex que o destruiu.
O que só aumentava o meu ódio.
Quase sem perceber, comecei a arrumar a mala. Era automático: