68. A caçada começou

Damon Thorn

“Então, senhor Thorn, concluímos que há pelo menos três veios de minério não explorados exatamente sob os limites da sua propriedade. O que explica o interesse súbito do governador.”

A voz do advogado soou na sala, abafada pelo som do relógio pendurado na parede, que marcava o mesmo ritmo de sempre.

Estava sentado na cabeceira da mesa de reuniões, a madeira maciça que herdei do meu pai, onde tantas decisões foram tomadas. Deveria estar satisfeito com a clareza do relatório — agora sim sabíamos o porquê de estarem invadindo nosso território — mas eu não conseguia me concentrar.

O relatório estava aberto à minha frente, as folhas preenchidas de gráficos e números, mas meus olhos estavam fixos na janela atrás de todos eles.

A floresta, silenciosa, imóvel… estranhamente vazia.

Algo dentro de mim apertava.

Passei a mão pelo queixo, sentindo a barba por fazer, o maxilar tenso como há tempos não ficava.

“Victor…” chamei, ainda olhando para fora, sem perceber que interrompia o adv
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