117. Amor
O cheiro do inimigo já tomava a floresta.
Metal. Óleo. Carne suada. Eles vinham preparados. Vinham armados. Mas não era isso que me preocupava. Era o outro cheiro… o mais sutil… o que queimava a garganta e entorpecia os sentidos.
Feitiçaria.
Rosnei baixo, sentindo meus músculos se tensionarem. O lobo dentro de mim estava em fúria.
Eles estavam na nossa fronteira. Lobos desconhecidos, encapuzados, de olhos vidrados como soldados programados para matar. Eram pelo menos doze. Muitos jovens. Tolos. Famintos por sangue. Não era diplomacia. Era provocação.
Victor veio ao meu lado, já meio transformado.
“Eles não vão recuar. Estão testando nossa paciência.”
“Eles querem que a gente comece”, respondi. “Querem uma desculpa pra guerra.”
Uma figura surgiu por entre as árvores. Caminhava com passos leves, como se flutuasse, mas a floresta se curvava à sua presença. Ela usava um véu negro cobrindo metade do rosto e joias antigas penduradas nos pulsos.
A bruxa.
Ela parou diante de mim, entre os doi