113. A paz nunca chega
Caroline Hart
A luz do notebook refletia no meu rosto, misturando meu suor ao nervosismo. A ligação começou com um estalo. O jornalista parecia preparado para triturar minha vida em manchetes, mas não vacilei. Meu nome era Hart. E, pela primeira vez, eu ia honrar esse nome do meu jeito.
“Caroline, você está pronta pra gravar?”
“Mais do que nunca. Vamos começar logo.”
Ele tentou ser gentil, mas a voz dele cheirava a escândalo. Começamos do começo: infância, carreira, sumiço. Mas foi quando falou de Richard Lancaster que minha mão apertou o braço da cadeira.
“Por que falar agora?” Olhei direto para a câmera.
“Porque estou cansada de ser silêncio. Porque esse homem destruiu vidas, roubou sonhos, ameaçou inocentes. Porque ele é meu pai, mas nunca foi a minha família.”
O jornalista ficou mudo por um segundo, depois anotou alguma coisa.
Eu respirei fundo...
Pensei em Ava, como ela ficaria quando visse isso? Eu não sei. Mas eu tinha que fazer isso.
“Você tem provas?”
“Tenho memórias. E tenh