Ponto de Vista de Samuel
O som da tranca da mala se abriu suavemente ao meu questionamento, e eu senti mais do que ouvi a respiração coletiva de susto que se seguiu enquanto eu levantava a tampa, revelando seu conteúdo em toda a sua hipnotizante e horrível beleza.
Os instrumentos variavam desde seringas de pontas finíssimas até facas de lâminas grossas, tesouras com bordas serrilhadas e até alicates. Quando me virei para encará-los, dando a todos uma visão completa do que havia dentro, Diogo soltou um gemido baixo antes de vomitar em sua própria camisa.
Olhei para Gabriel Correia, cujos olhos estavam subitamente marejados e brilhantes demais enquanto passavam de mim para a mala.
— Você já foi torturado, Gabriel?
Havia tremores em sua voz quando ele começou a falar.
— Eu...eu não...
— Essa não foi minha pergunta. Vou perguntar de novo. Você já foi torturado?
Gabriel lambeu uma linha fina de suor que se formara em seu lábio superior antes de balançar a cabeça, fraco.
— Você já viu