Eu o observo.
Seus olhos correm rapidamente pela tela, absorvendo informações com precisão. Em alguns momentos, ele franze a testa, coça o queixo, balança a cabeça levemente para os lados, como se estivesse processando algo que não o agrada. Pequenos gestos que, em qualquer outra pessoa, passariam despercebidos.
Mas nele, tudo tem um peso diferente.
O modo como seus dedos longos deslizam pelo teclado, a forma como ele ajeita a postura, como se carregasse o peso de decisões importantes o tempo todo. Há algo magnético em vê-lo trabalhar, uma presença que domina até os momentos de silêncio.
[...]
Eu devo ter cochilado por um tempo. Meu corpo relaxado denuncia isso, e uma voz masculina me puxa de volta à realidade.
— Senhorita Martin, vamos aterrissar em breve.
Pisco algumas vezes, tentando afastar a névoa do sono. Carter já está me olhando.
— Dormiu bem? — Sua voz soa casual, mas seus olhos carregam um brilho sutil de diversão.
Eu me endireito rapidamente.
— Desculpe... Eu acabei cochila