Capítulo 0006
Douglas fechou os olhos, com a respiração pesada.

Aquela mulher morreu cinco anos atrás, não poderia ser ela, o que diabos ele estava pensando?

...

Do outro lado, Stéfanie entrou no carro e tirou os óculos escuros, ela não via a hora de ligar para Liam e Maia.

Cinco anos atrás, ela caiu em um rio e ficou desfigurada em um acidente de carro, mas sobreviveu e depois foi para o país M com a ajuda de sua melhor amiga, Giovana Lapoian.

Felizmente, seus bebês sobreviveram apesar de um aborto espontâneo, um lindo par de gêmeos. Quando estava em trabalho de parto, ela teve vômitos intensos, que melhoraram quando ela bebeu limonada, daí o nome Liam Amaral para o menino e Maia Amaral para a menina. Juntando a primeira sílaba dos nomes deles, era “lima”, como aquela limonada. Por isso, ela sempre se referia a eles como “a dupla limonada”.

Quando teve seus dois bebês, ela estava com o rosto desfigurado e não tinha nenhuma habilidade, então a vida era muito difícil para ela, mas depois se tornou cabeleireira e maquiadora profissional por acaso e sua vida melhorou.

Ela era extremamente talentosa nessa área, fazendo seu nome ficar famoso em apenas dois anos e se tornando a maquiadora brasileira de maior destaque no setor de cinema e moda do país M.

O retorno de Stéfanie ao Brasil não se devia ao trabalho, mas ao fato do único filho legítimo da sua família adotiva, Alison Amaral, ter tido problemas com os pais e estar detido em uma delegacia, de modo que ela viesse sem seus bebês.

Era difícil para ela ficar longe de seus filhos pela primeira vez.

Quando Stéfanie ligou, mas ninguém atendeu, ela ergueu as sobrancelhas. Será que os bebês tinham ido para a cama tão cedo?

O que ela não sabia era que seu filho Liam havia comprado secretamente passagens para ele e sua irmã quando reservou os voos dela, só que as passagens de Stéfanie eram na primeira classe, enquanto as dos pequenos eram na econômica.

No aeroporto, Liam e Maia estavam sendo admirados por uma grande multidão que os envolviam.

Não se via por aí muitos gêmeos de gêneros diferentes, muito menos um par de gêmeos de gêneros diferentes tão incrivelmente lindos. Eles também estavam usando a mesma cor de roupa, Liam no terno pequeno, parecendo um cavalheiro elegante de um castelo antigo, e Maia no vestido de dama, parecendo uma boneca macia e fofa de uma vitrine.

- Pequenos, vocês são estrelas infantis?

- Posso tirar uma foto com vocês? Realmente gostei muito de vocês!

- Onde estão seus pais, precisam de ajuda?

Houve uma efusão de boa vontade por parte das pessoas entusiasmadas, e Liam demorou um pouco para conseguir se livrar delas e entrar em um táxi com sua irmã.

- Maninho, esse homem é realmente nosso pai? - Maia perguntou ao irmão com ceticismo, enquanto abria sua pequena bolsa de palha e tirava um pedaço de papel amassado, apontando para o homem de terno.

O papel havia sido rasgado da parte interna de uma revista e o homem era bonito e distinto, com contornos profundos e traços bonitos, de perfeição impecável.

Porém, sua cabeça estava coberta por dois desenhos de cocô e sua testa estava cheia de buraco de dardos.

- Não tem como errar, este é o canalha em pessoa! - Liam respondeu com certeza.

A mamãe disse que o papai deles faleceu havia muito tempo também, mas Liam não era tão crédulo assim.

Dessa vez que a mamãe teve de voltar para o Brasil por causa do titio, ela obviamente não estava de bom humor e vinha sofrendo de insônia havia dias.

Liam sabia que algo estava errado. Assim como esperava, bastaram duas cervejas para obter todas as informações que queria da madrinha Giovana.

“- Ah, seu pai? Se for para falar dele, tenho muito o que dizer! Se o Guinness tivesse uma categoria para recorde de canalhice, ele quebraria um recorde em um minuto! ... Ãh? Como ele foi canalha? Ele se casou com sua mãe, mas não a amava e vivia praticando violência fria contra ela. Liam, ele não é uma escória? Abandonou a sua mãe e fez com que ela ficasse desfigurada em um acidente de carro e quase morresse em um rio, aquele desgraçado! Vocês dois são tão fofos, a madrinha ama tanto vocês, mas ele queria mandar o médico triturar vocês na barriga da mamãe! ... O quê? Se eu sei o nome dele? Claro que sim! Nunca vou me esquecer dele em nove vidas! O nome dele é... Qual é o nome dele? Não importa se eu não me lembrar, fiz um bonequinho de vodu e o amaldiçoo todos os dias...”

Embora a não confiável madrinha tenha deixado a bola cair em um momento crucial, Liam ainda encontrou um bonequinho de vodu feito de meias fedorentas no guarda-roupa da madrinha, com um nome escrito nele.

Era Douglas Catelli!

Era exatamente o nome do homem da revista financeira, sem mencionar que, embora Liam não quisesse admitir, não havia como não perceber que o homem se parecia muito com sua irmã Maia!

A insônia e a depressão da mamãe antes de voltar para casa deviam ser porque ela se lembrou de sua tristeza do passado e se preocupava com a possibilidade de ser intimidada novamente quando voltasse para o país.
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