Mamãe da Kiah
Mamãe da Kiah
Por: Ilana Patrícia
Não façam isso em casa, crianças

Não sabemos do futuro, alguns dizem até que a única informação definitiva que temos em nossas vidas é a morte, bem triste, não? Uma verdade dura e amarga. A nossa protagonista não queria pensar dessa forma, Thalia Vaz era desde pequena uma estudante bastante dedicada. Definiu as suas metas e sonhos ainda bem nova. Iria ser neurocirurgiã. Estava decidida. Sempre foi considerada controladora, nunca gostou que nada, absolutamente, saísse dos seus planos.

Ainda que tivesse essa personalidade bem forte, quando entrou aos seus 18 anos no curso de medicina, chamava bastante atenção. Como não chamaria? Uma bela ruiva, com 1,70, com as suas curvas bem definidas, proporcionas e com um sorriso cativante. Não tinha como não brilhar, mesmo com os todos os seus defeitos.

Mesmo com vários pedidos, investidas, declarações, ela nunca dava abertura para algum garoto se aproximar. O seu foco realmente estava em crescer e na sua graduação, não estava nos seus planos um relacionamento, nada agrega ao seu futuro, ela pensava . Até que um dia, um dos assistentes de laboratório, que fazia parceria com ela todos os dias, seu veterano na universidade, conseguiu furar o bloqueio que tinha assegurado sua proteção por tanto tempo. O relacionamento começou devagar, o sentimento foi se desenvolvendo aos poucos, a confiança também, eles passavam boa parte do tempo juntos no laboratório, compartilhando resultado das pesquisas, suas ideias e seus trabalhos. Parecia mesmo que ela tinha encontrado alguém que dividia as mesmas ambições que ela.

Uma bolsa de pesquisa muito importante surgiu na Universidade. Os melhores projetos apresentados seriam levados para um estudo e pesquisa em Harvard, os autores desses projetos, teriam um período de 6 a 12 meses estudando na Universidade estrangeira. Todos os estudantes estavam eufóricos com a ideia. Ninguém queria perder essa oportunidade. Thalia não era diferente, passou dia e noite dedicada ao projeto para finalizar com perfeição. Ela sabia. Estava perfeito. Não tinha erro, uma vaga daquelas era dela. Só precisava imprimir e encadernar agora, como a impressora do laboratório tinha dado problema no dia anterior, ela teve que ir imprimir o trabalho no outro setor e voltou correndo para apresentar.

Ao entrar na sala, a apresentação do seu namorado estava na metade, ela sentou para assistir, de certa forma também queria apoiar ele. Se ela não tivesse oportunidade, ele poderia ter. Ou até ambos poderiam conseguir, poderia ser possível. Com o passar de páginas e conteúdo, ela começou a achar familiar tudo que ele apresentava e começou a se sentir desconfortável, o trabalho estava idêntico ao dela. Ela começou a olhar o que estava em sua mão e na tela, não tinha dúvidas, era o mesmo trabalho. Ela não consiga falar ou mover. As palmas começaram a dominar a sala. Ela tremia e as lágrimas rolaram. Ela sabia. Nada que ela fizesse poderia resolver ou provar que ele havia roubado o seu projeto. Ambos estavam no mesmo laboratório, usavam o mesmo computador e dividiram as informações por decisão dela. Ela sabia naquela ponto que o erro tinha sido dela, por confiar e dividir o projeto. Ela apenas levantou e saiu. Ouviu ele gritando o seu nome atrás, mas nem ao menos olhou. A dor maior era perder o projeto, não o namorado. Namorado facilmente arrumaria outro, já aquela oportunidade não.

Ela refletiu um pouco ao chegar em casa, percebeu que hoje precisaria relaxar e esquecer o que tinha acontecido. Nada melhor que bebida até uma amnésia ou coma alcoólico (Ela sempre foi dramática e exagerada quando estava triste). Decide então convidar uma amiga para uma boate.

...*CHAMADA ON*...

— Tata me ligando, já sei que o mundo caiu, quer beber onde? — Disse Marly rindo pela ligação extraordinária

— Vamos para aquela boate nova que você estava me ameaçando levar amarrada — Thalia sempre negava sair com a Marly por estava focada nos seus projetos

— Solteira ou namorando? — Marly sempre pergunta a mesma coisa

— Pronto para Deus molhar a terra e eu passar rodo — Thalia tinha ligado o botão do Fo..

— Curti, te pego 20h, pelo amor de Deus coloca um tubinho e nada de roupa de médico, não assusta as minhas vítimas — Disse Marly gargalhando, totalmente animada com a ideia.

— Sim, senhora. Hoje quero fazer algumas vítimas também. Até já. — Dica para as leitoras, não façam isso em casa, crianças.

...*CHAMADA OFF *...

Algumas horas depois, a Marly estava buzinando na frente da casa de Thalia como uma verdadeira psicopata e claramente incomodando toda a vizinhança.

—"Bora", VACA! — Disse Marly claramente se divertindo com os vizinhos saindo de suas casa para reclamar do barulho

— Eu "tô" indo, perturbada. — Fala Thalia tentando andar em um vestido vermelho de tubinho que subia cada passo que ela dava e ela tinha que fica descendo dele.

— A dama de vermelho — Marly falou rindo

— Uma periguete de vermelho, claramente. — Falou Thalia puxando o cinto de segurança

A boate era um pouco distante da casa de Thalia, elas demoraram alguns minutos para chegar, mas antes de mesmo de estacionar o carro já viram a fila enorme e já ficaram desanimadas

— Não desanime, use o seu charme e o seu vestido de periguete para entrar pela porta do VIP — Marly disse enquanto estacionava

— Parece divertido, vamos tentar? — Thalia realmente naquele dia, queria deixar de ser ela mesma por algumas horas e ser alguém totalmente diferente.

— OK, já estou ficando assustada — Marly começou a se preocupar, elas se conhecem desde o ensino fundamental e sabia como a amiga costuma ser bem certinha.

— Vou tentar naquele de terno, ele parece com moral para abrir portas — Disse Thalia já se aproximando dele sem deixar nem a Marly falar nada

— Oh moço, a fila tá enorme, eu tive um dia de #¿$?%!¡, o senhor não tem relação nenhuma com isso, mas tem cara de quem pode me colocar para dentro, eu não tenho paciência para fazer charme e nem joguinho para você me colocar lá dentro, porém se você me ajudar — Ela fala puxando a gravata dele, deixando as suas bocas quase juntas, centímetros de um beijo — Eu faço uma dança que você nunca mais vai esquecer. E aí, topa?

— OK — Ele apenas confirmou e foi na frente falou algo para o segurança carrancudo, na hora que elas foram passar, o segurança deu duas pulseirinhas de camarotes para elas.

Elas colocaram as pulseiras, se entreolharam riram, sem acreditar que tinha realmente dado certo. Olharam em volta e não conseguiram encontrar ele para agradecer. Então foram direto para o bar. A noite estava só começando. E seria uma noite mais inesquecível... ou melhor, memorável que a Thalia poderia imaginar.

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