ZOE
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No horário do almoço, senti vontade de continuar trancada no quarto, mas a fome me obrigou a sair.
— Onde está minha mãe, Lúcia?
— Ela disse que não iria almoçar e pediu apenas um chá, já estou levando para ela.
— Que estranho. Me dê aqui, deixe que eu levo.
Eu peguei a bandeja, e fui em direção ao quarto dela. Bati na porta e esperarei ela autorizar a minha entrada, e o que eu vi foi a cena mais deprimente que já presenciei.
— Mamãe...
Deixei a bandeja na mesa e caminhei em passos largos em direção a ela, que estava sentada no chão, com os olhos vermelhos, e vários papéis que ela certamente havia usado para limpar o nariz ao redor dela.
— O que aconteceu? Porque você está assim?
Eu nunca havia visto a minha mãe se quer chorar, então ver ela daquela forma me assustou.
— O que você faz aqui, Zoe? Não era para você me ver assim. Cadê a Lúcia? Porque não foi ela a trazer o meu chá?
— Eu estranhei o fato da senhora não ir almoçar comigo, ela me disse que iria