SARAH
Na sala de aula, os olhares curiosos me acompanhavam a cada movimento. Algumas colegas cochichavam, disfarçando sorrisos maldosos. Eu era a única jovem grávida da escola, e isso parecia dar a elas o direito de me julgar.
Não era preciso ouvir as palavras para entender o que diziam. "Piranha", "irresponsável", "se meteu nessa sozinha". Eu já conhecia todos esses rótulos.
Mas não me importava.
Ergui a cabeça, segurei o lápis e me concentrei nos estudos. Eu não precisava da aceitação delas. Meu foco estava em garantir um futuro digno para mim e para meu bebê.
Assim que a aula terminou, peguei meus materiais e saí sem olhar para ninguém. Nenhuma delas fazia questão de falar comigo, então por que eu deveria me importar?
A verdade é que, por dentro, havia momentos em que queria gritar, confrontá-las, jogar suas palavras venenosas de volta. Mas não valia a pena. Eu não podia me permitir esse tipo de estresse. Meu bebê precisava de tranquilidade, precisava de uma mãe forte.
Os meses se