Horas se arrastavam desde que entramos na floresta. Eu já não sabia o que era pior: o estranho silêncio, o mau cheiro ou ter que passar entre inúmeros esqueletos presos nos galhos secos das árvores como se fossem enfeites.
— Vejam! Tem alguma coisa ali. — Disse Felipe.
Corremos até pararmos ao alto de um morro. Ao olharmos para baixo, deparamo-nos com as ruas do reino, abandonadas, escuras e cobertas por uma fumaça esbranquiçada.
— Vamos ter que descer. — disse Lucian. — Tomem cuidado onde pisam.
Não demorou muito para o grande lobo tomar a frente na descida do morro com pedras soltas. Uma queda desse lugar causaria um grande estrago, mas para quem caiu de um abismo que parecia não ter fim, isso aqui é quase nada.
Ouvia as pedras do morro rolarem até se chocarem com o chão das ruas. Lucian permanecia descendo na frente, enquanto os outros nos seguia um pouco mais atrás. Natália voava pelos ares e levava Gael em seus braços.
...
Caminhávamos pelas ruas úmidas, o cheiro de carne e sangue