Capítulo 4

Fiquei envergonhada e sorri timidamente, Maciel tinha uma voz especialmente sensual r marcante, ainda que às vezes parecesse autoritária. Eu já conhecia seu rosto pelas revistas, mas poder ouvir sua voz assim tão de perto era fascinante. Sempre acreditei que chegaria mais perto dele, porém não tão rapidamente e os bons ventos sopraram ao meu favor.

– Claro que sim e graças a ele, eu aprendi a me virar nessa vida, mas o destino de novo me pregou uma triste cilada, armaram para ele e o acusaram de um crime que ele não teve culpa, tanto que o pobrezinho teve que fugir para não ser preso e não adiantou. Estou morando no apartamento que é dele, mas logo terei que sair, porque não somos parentes e irão me descobrir morando lá sem ele. Imagine só o constrangimento de ser mandada embora?

Maciel alisou as próprias mãos demonstrando preocupação e ansiedade, eu queria dar penetrar na mente dele e não poupei esforços, estudei um pouco sobre linguagem corporal e a dele era fácil perceber.

– Você está mesmo em uma situação bem complicada, mas para tudo há solução nesse mundo e nada justifica o que você tentou fazer.

– Eu sei, mas ontem eu tinha ido até sua empresa buscando uma oportunidade de trabalho e disse a mim mesma, que se eu não conseguisse iria dar fim a toda essa luta...

– Você devia ter entrado e falado com a nossa recepcionista.

– Sim, eu tentei, mas ela nem sequer me deu uma chance. Ela me olhou como se eu fosse uma completa incapaz e acho que ela tinha razão.

– Apesar de todas as coisas que você me disse, ainda acho que desistiu muito fácil dos seus sonhos, não pode se dar por vencida quando as dificuldades aparecem no caminho. E tem mais, eu vou te ajudar, mas tem que parar de sentir pena de si mesma e passe a ver tudo o que te acontece como uma boa oportunidade na vida.

– Não sei não, e por que o senhor me ajudaria? – Suspirei e olhei para baixo. – Certamente por piedade.

Eu não poderia mentir para você Elizabeth, sua história me comoveu e impressionou muito, mas vejo em você um potencial enorme para os negócios. É muito jovem e inteligente, pode crescer na vida e chegar muito longe, você deve ser mais ambiciosa!

– Você acha mesmo Maciel?

Eu sorri e ele retribuiu olhando para os meus lábios.

– Sim,

eu tenho certeza absoluta Elizabeth!

Sorrimos e mais uma vez Maciel tocou minha mão suavemente, ele também estava aproveitando aquelas oportunidades e sua pele clamava por mim, tanto quanto eu pela minha oportunidade de cobrar dele.

[...]

Naquela noite Maciel voltou para casa, retirou sua gravata e foi tomar um banho. Ficou pensando naquela jovem que havia conhecido, era linda demais e poderia ser sua filha, mas não era, e havia entrado com força em sua mente. Não podia negar que ela o deixava muito excitado. Era muito jovem e não usava nenhuma aliança, mesmo sendo milionário e tendo tantas mulheres aos seus pés... jovens, maduras ele nunca havia ficado com uma, naquela faixa de idade e nem que o tivesse deixado tão impressionado como Elizabeth.

Ele procurou Amélia pela casa para passar um ferro em sua camisa branca, vestiu-se e se perfumou, enquanto trocava seu relógio de pulso por um mais elegante e apropriado para um jantar.

– Vai sair com dona Anastácia essa noite?

– Vou sim Amélia, ela já está me cobrando a dias um jantar, tenho trabalhado muito e estava difícil conseguir tempo para ela.

– O senhor tem que dar mais atenção ao seu namoro, dona Anastácia é muito elegante e ainda é jovem.

Anastácia e eu não temos nada sério, sempre deixei as coisas bem claras entre nós. Sem cobranças!

– Eu entendo, mas me perdoe por dizer, acho que deveria pensar em refazer sua vida se casando de novo. Logo Kayo vai também construir uma família, assim como Ângela e não quero ver o senhor sozinho aqui nessa casa enorme e vivendo só para o trabalho.

– Não fique pensando nessas coisas, não me preocupo com nada disso. A vida segue seu curso sem que possamos intervir.

Maciel suspirou, mas não deu muita atenção ao que Amélia lhe disse, porque sua cabeça estava em outro lugar. Em um rosto jovem e doce que havia roubado sua mente de maneira voraz.

Maciel parou na porta da casa de Anastácia, desceu do carro e ela o cumprimentou comum selinho... ela sempre achou que beijos mais ardentes, eram coisas para se fazer apenas na cama. Jamais se atrevia a beijar uma mulher em público.

– Você está especialmente elegante esta noite, Maciel! – Ela disse olhando-o como sempre bem-vestido e formal.

– Grato e você também Anastácia, vamos?

Maciel abriu a porta do carro e foram para o restaurante, chegou e entregou as chaves do carro para o manobrista e de mãos dadas os dois entraram no lugar. Um dos restaurantes mais caros e luxuosos do país, o garçom puxou a cadeira para Anastácia enquanto Maciel se sentava e pedia a carta de vinhos... fizeram seus pedidos e alguns minutos depois...

– Você parece que está aqui só de corpo presente, nem sequer tocou na comida e diga-se de passagem, está excelente. – Anastácia estava irritada em estar ao lado de uma companhia que não estava na mesma sintonia que ela.

– Perdoe-me querida, hoje eu sei que estou sendo uma péssima companhia.

Não faça caso por isso, você sabe que pode me dizer absolutamente tudo, se está com problemas na empresa ou com o marido de sua filha talvez… pode se abrir comigo.

– Não Anastácia, felizmente não é nada com Kayo ou com Ângela, tampouco sobre a empresa ou negócios. Vamos nos esquecer os problemas e brindar a volta de Kayo que acontecerá em alguns dias.

– Eu fico feliz em saber que ele estará logo de volta, vamos brindar então ao retorno dele!

Anastácia

Maciel só pode subestimar minha inteligência ou capacidade de perceber, quando a atenção dele me era roubada, ele havia conhecido outra mulher e esses sinais eram evidentes para mim, depois de três divórcios no currículo alguma coisa sobre os homens... eu aprendi. Aquela inquietação mental e até mesmo física, Maciel está sempre de olho no relógio, como se estivesse aqui comigo para cumprir uma obrigação profissional, só me resta saber quem é ela e colocar um fim a essa aventura.

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