A pergunta me pegou de surpresa, mas eu sabia que precisava falar mais sobre mim.
- Nós... Vamos tentar encontrar suas coisas? Ou voltar para casa?
- Para casa? – ele riu sarcasticamente – Quem dera fosse “nossa casa”. Esta frase doeu pra caralho. Porque sei que amanhã estaremos separados e talvez nunca mais nos encontremos novamente.
- Não... Isso não vai acontecer. Vamos voltar... E conversar... E aproveitar nossas últimas horas neste paraíso...
- Em casa... – Ele balançou a cabeça e sorriu tristemente.
- Em casa. – Repeti, tentando parecer confiante.
Ele me ajudou a subir na moto e colocou nossos capacetes, desistindo oficialmente de encontrar seus pertences. Eu no lugar dele estaria mais preocupada, o que não parecia ser o caso de Charles.
Sentindo o vento morno de encontro a nós, a estrada completamente deserta, tendo a lua cheia dando um espetáculo gratuito e as estrelas em volta, como se estivessem a aplaudir, senti as lágrimas descendo pelos meus olhos, sem serem convidadas, m