Adam
Não precisou perguntar pela segunda vez. A dor — como se tivessem aberto meu peito e esmagado meu coração — me impedia de respirar direito e me dizia o que se passava na cabeça engenhosa dela.
— Em nenhum momento eu te pedi isso.
Levantei-me com os gêmeos no colo e coloquei-os no berço.
— Não precisa pedir. E não posso te ver morrer por minha causa.
— O que te disse a médica?
— Que cicatrizo muito lentamente. Posso nunca conseguir.
— Mas ainda há chance de conseguir, não é verdade, carinho?
Aproximo-me, passo a mão em sua cintura, puxo o corpo rígido para o meu abraço e coloco a outra mão em seu rosto.
— Você sabe tanto quanto eu: se analisarmos friamente a situação, se não colocarmos as emoções à frente, esse é o caminho mais seguro.
— Não é seguro o suficiente se pedaços da minha Luna Suprema vão ficar pelo caminho.
Ela tenta responder, mas eu a envolvo num abraço apertado e lhe roubo um beijo, ávido por afastar aquela sensação incômoda do peito. Passeio as mãos pelo