Aline segurava o pão com leite, mordendo um pedaço. O aroma do leite era intenso, doce, mas não enjoativo, com uma textura suave e pegajosa.
De repente, ela desviou do assunto e ofereceu a Mateus:
- Esse pão com leite é bem gostoso, quer provar um?
Ela falava com calma, como se não tivesse ouvido o que ele dissera.
Mateus franziu a testa, seu olhar se intensificou. Ele reafirmou:
- Aline, você está livre agora.
Não era isso que ela sempre quis? Agora que ele a libertava, ela deveria estar feliz.
Aline engoliu o pedaço do pão, sentindo a garganta seca. Depois de beber um pouco de mingau, ela olhou para ele e perguntou:
- Eu... não entendi direito. Você está dizendo que não me odeia mais ou que não vai se vingar de mim?
Aline sabia que Mateus não a perdoara por ter levado a facada por ele.
Seu porte altivo estava envolto em sombras e solidão.
- Eu não consigo não te odiar. Mas você levou uma facada por mim, então nossa dívida de seis anos está quitada.
Quitada.
Há alguns meses, A