ANA
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Sair daquele lugar sem olhar pra trás foi uma das coisas mais difíceis que eu tive que fazer, e por milésimos de segundos eu pensei se não estaria sendo injusta e egoísta ao deixá-lo pra trás, mas a verdade era que eu estava tentando encontrar justificativas pra ficar, mas não havia nenhuma.
— Pra onde você quer ir Ana?
O Valente perguntou ao me ver caminhar sem rumo.
— Pra minha casa Valente.
Respondi tentando conter as lágrimas que estavam caindo sem nenhum controle.
— Pra casa que você morou com o Lion?
— Sim, por favor.
— Tudo bem Ana.
Eu tinha um acordo com o meu avô e eu iria cumprir, mas antes de eu sair do país e recomeçar, eu queria sentir pela última vez o cheiro do meu lar, o único lugar em que eu me sentia protegida de tudo e de todos.
— Você quer conversar? Talvez eu sirva pra ser mais do que um idiota pra você.
— Nenhuma conversa vai amenizar o que eu estou sentindo Valente, e quem poderia me dar um pouco de colo, não está mais aqui.
— Eu quero que você me escute