Pov- Laila.

Laila- Hoje realmente não é o meu dia, mas antes que posso dizer para vocês o que aconteceu para que eu possa estar tão irritada, primeiro preciso contar o que aconteceu no passado.

Infelizmente quando eu nasci acabei trazendo comigo o problema congênito no sangue nasci com leucemia, quando fui diagnosticada com leucemia foi quando a minha batalha começou.

Mais graças a Deus quando cheguei no ensino fundamental eu conheci Lendon , ele era o garoto mais bonito da escola e todas as meninas gostavam dele , eu era a garota mais desastrada de todas e mesmo assim as meninas brigavam comigo , todos os dias elas arrumavam uma forma de ficar me atormentando, eu só tentava escapar fingindo que nada estava acontecendo até porque eu já tinha problemas suficientes para me preocupar.

Quando eu cheguei no ensino médio, foi quando o bullying começou e todo mundo ficava me provocando por causa de ter cabelos coloridos e também por causa do meu estilo porque eu gostava de me vestir como uma garota rockeira mas eu nunca coisa que eu gostava era de preto.

Uma vez um garoto tentou entrar dentro do banheiro feminino quando eu estava lá dentro, fiquei tão assustada que acabei fechando a porta do box e me trancando lá dentro para que o garoto não pudesse tentasse fazer nada comigo,eu fiquei sentada durante muito tempo apenas esperando que o senhor pudesse bater para que eu pudesse ir embora.

Mas então quando eu pensei que ele tivesse ido embora, acabei abrindo a porta do box e vendo o garoto trancando a porta do banheiro, Ele puxou meu cabelo fazendo com que eu pudesse sair de dentro do box do banheiro, eu não tinha muitas forças até porque tomar remédios demais para sobreviver que acabava não fazendo muita coisa.

Me lembro que aquele garoto me bateu muito porque eu não quis dar nem um beijo nele e quando ele acertou minha cabeça, acabei desmaiando de tanta dor que estava sentindo porém quando abrir meus olhos percebi que Lendon está batendo no garoto enquanto uma garota fazia de tudo para me socorrer.

Não me lembro o nome do cara pois nunca perguntei, ele foi expulso no mesmo dia e nunca mais apareceu na escola e desde então aquela garota e Lendon se tornarão grandes amigos e nunca mais saíram do meu lado.

Quando ficamos adultos, eu acabei de entrar no grupo de jovens e montando um grupo de dança ao qual juntamos o dinheiro quando ganhamos e doamos para o orfanato da cidade, com dois mil ou três mil dólares conseguimos tirar no mínimo das crianças das ruas.

Lendon acabou desaparecendo durante alguns meses mas sempre fazia de tudo para mandar uma mensagem dizendo que estava bem e perguntando como eu estava, Kimberly que também era nossa amiga ,sempre me lembrava do horário dos remédios e sempre estava fazendo de tudo para que eu pudesse não esquecer.

Ficamos sabendo que Lendon estava se unindo ao grupo do terror da cidade, basicamente eles eram um grupo de motoqueiros que moravam na Carolina do Sul junto conosco, eles tocavam o terror na cidade mas nunca se aproximavam do Castelo, esse é o nome que nós damos para o grande galpão que ganhamos da prefeitura por causa de todo o dinheiro que vamos para o orfanato.

Eles reformaram esse lugar porém apenas alguns jovens sabiam onde ele ficava, ficava no topo de um morro escondido no meio da floresta, eu chego até aqui de skate todos os dias e acredito que os exercícios físicos que o espaço aqui está me mantendo viva.

Há dois anos atrás eu acabei tendo um surto e meu sangue estava praticamente virando água, Lendon não pode ir comigo no dia da consulta mas Kimberly ficou do meu lado o tempo todo, é claro que ele sabia sobre isso e acabou ligando ficando no telefone ao vivo o tempo todo e os meus amigos começaram a chorar quando o médico basicamente disse que eu estava morrendo.

Lendon ficou desesperado e eu podia ver em seus olhos, eu era como sua irmã menor e ele fazia tudo para cuidar de mim desde quando estávamos no ensino médio, depois quando eu saí do hospital ele desligou a ligação, eu me lembro de ter sentado do lado de fora do hospital tentando consolar Kimberly que chorava muito não acreditando no que o médico tinha me dito.

meu coração estava se partindo por ver a minha amiga se derramar em lágrimas daquele jeito e eu não podia fazer nada para impedir, me lembro de olhar para frente e ver Lendon parado diante de nós , ele caminhou até nós e me abraçou se ajoelhando na minha frente, apoiou sua cabeça em meu colo e chorou como uma criança, Kimberly estava apoiada no meu ombro e chorava enquanto Lendon abraçava a minha cintura E apoiava a cabeça no meu colo.

Me lembro que eles me abraçaram e ficamos assim durante um bom tempo, eu era a única que não conseguia chorar até porque acho que já estava conformada com isso e esperava que uma hora ou outra eu poderia morrer, só não pensava que tudo isso poderia acontecer tão cedo.

Me lembro que o meu amigo chorou tanto ao ponto de começar a tremer e Kimberly chorava alto , as pessoas olhavam para nós com pena e eu sabia que eles ficaram do meu lado até o fim, até que Lendon se levantou , Ele olhou no meu rosto e segurou minhas mãos chamando atenção até de Kimberly.

Lendon- Vem comigo - eu olhei para ele confusa com o que estava me dizendo - Eu tenho um colega que pode salvar sua vida, ele pode tentar fazer com que você possa se curar da leucemia .

Kimberly- Tem certeza? - ela se levantou perguntando para ele que apenas afirmou com a cabeça - como esse seu amigo pode salvar a vida dela?

Lendon- porque ele é um cientista da Mercile - carregamos nossos olhos quando ele falou isso, ele sabia que nós duas íamos negar e por isso continuou falando - Laila eu vou ficar do seu lado o tempo todo, mas fazer com que você possa se tornar uma nova espécie é a única forma de salvar a sua vida - Ele trouxe as minhas duas mãos para frente apoiando perto do rosto dele fazendo com que eu também pudesse olhar dentro dos seus olhos - ainda podemos salvar a sua vida , você não tem mais nada a perder , confie em mim - Kimberly colocou as suas duas mãos segurando as nossas como se todos nós estivéssemos fazendo um pacto silencioso de amizade, olhei para o rosto dela vendo que apenas afirmou com a cabeça tentando me passar conforto e coragem para dizer sim - Vamos Laila.

Kimberly- Laila é a sua única chance - eu olhei para o meu amigo sem esperar mais nada e afirmei com a cabeça.

Ele me colocou na garupa da sua moto e logo em seguida passou o capacete para mim, abracei seu corpo vendo que ele estava realmente nervoso e Kimberly olhou para ele antes de afirmar com a cabeça e logo em seguida olhou para mim e foi a última coisa que eu vi antes de ir para o esconderijo do amigo de Lendon.

Me lembro que acabei ficando arrepiada quando olhei para o prédio todo destruído mas eu confiava no meu amigo e o seguir fielmente para dentro porque sabia que ele jamais iria fazer alguma coisa que pudesse me machucar.

Lendon me levou até o outro lado do prédio onde ficava um laboratório improvisado, o colega dele olhou para mim e sorriu de lado mas não falou mais nada, Lendon olhou na direção dele antes de pegar um maiô branco que mais parecia um vestido no meu corpo por causa das batas , o cientista suspirou parecendo cansado Quando segurou minha mão e me ajudou a entrar no que parecia ser um tanque onde cabia uma pessoa de pé , Lendon ficou do lado de fora olhando para mim mas estava do meu lado o tempo todo.

Olhei para baixo Quando sentir algo gelado aos meus pés e percebi que aquele homem havia começado a encher de água o tanque onde estava , meu coração estava acelerado porque não tinha nenhuma forma onde eu pudesse respirar porém, uma máscara de ar fui postando meu rosto quando aquele homem colocou uma escada na parte de cima colocando o suporte de oxigênio no meu nariz.

Estava com tanto medo mais Lendon afirmou com a cabeça colocando sua mão perto do vidro para que eu pudesse ver que ele estava comigo, a água estava subindo a cada momento e quando chegou no meu pescoço olhei para o rosto do meu amigo uma última vez antes que a água pudesse embaçar a minha vista.

A única coisa que eu podia ver era as bolhas subindo ao meu redor, a água estava incrivelmente transparente isso, se o que eu estava mergulhada fosse realmente a água, a última coisa que eu me lembro dessa parte foi de gritar de dor ao sentir várias picadas no meu corpo como se várias agulhas estivesse me picando da cabeça aos pés.

No corpo foi ficando dormente a cada segundo e então parecia como se eu não fosse mais dona do meu corpo mas podia ver tudo o que estava acontecendo, as agulhas aplicarem alguma coisa Verde em mim e logo em seguida a dor de novamente entrar em meu corpo e foi a última coisa que eu senti antes de apagar.

Eu tenho fragmentos de memórias, meu corpo dolorido e logo em seguida era como se eu não fosse mais dona dele, tentava sentir a minha pele mas não sentia nada a não ser uma pele um pouco mais grossa do que a normal.

Porém novamente a minha mente apagava, eu fiquei assim durante um bom tempo pelo menos era o que achava, até que pude perceber Lendon se aproximar todas as vezes do vidro tentando me passar conforto e todas as vezes que eu tentava levantar a minha mão outras agulhas aplicaram meu corpo fazendo com que eu pudesse tentar gritar e escapar, então apagava outra vez sendo levada pela escuridão e foi assim durante várias vezes que até acabei perdendo a conta.

Um dia a água do tanque foi ficando um pouco mais quente e consegui levantar a minha mão para cima tentando de uma forma ou de outra chegar até a luz, porém o tanque se moveu fazendo com que eu pudesse ficar deitada e novamente tentei levantar a minha mão até que olhei para o lado de fora agora mesmo estando debaixo da água consegui enxergar com perfeição.

Lendon olhou para mim do vidro ficando do meu lado novamente como havia prometido e então senti as agulhas entrar novamente na minha carne e ossos eu sentia meu corpo todo queimar com você estivesse deitada no fogo intenso ou mergulhado de vez em um vulcão.

Eu fiquei um bom tempo com dor até que apaguei outra vez , na última vez que eu acabei acordando, Lendon estava discutindo com seu colega , eu não consegui ouvir muito bem até que eles acabaram dando as mãos como se tivesse acabado de chegar em um acordo então Ele olhou para mim sorrindo e foi nesse dia que a água começou a escoar , ele me olhou com carinho e sorriu para mim como fez quando der um presente de aniversário para ele no formato de um chaveiro de uma moto.

É o mesmo chaveiro que ele usa decorando sua calça até hoje, me lembro de levantar a minha cabeça e puxar o tubo de ar fazendo com que realmente eu pudesse puxar sozinha para meus pulmões, ele então me pegou no colo e me abraçou durante um bom tempo até que o outro cara trouxe uma toalha grande cobrindo o meu corpo.

Olhei atordoar ao redor querendo arrumar uma forma de entender o que de fato aconteceu, eu fui uma cobaia da Mercile por livre e espontânea vontade porém eu fiz isso como último recurso pois realmente não queria morrer e acho que só estava acostumada com o fato de que uma hora ou outra a leucemia e ia me matar.

Lendon- oi pequena - eu sorri de lado e fechei meus olhos dormindo finalmente tranquila.

Naquele dia, acabei comendo tanta carne que eu pensei que ia explodir mas no final meu corpo não mudou nada, O porém foi que os meus dentes ficarambem mais afiados do que deveriam porém as minhas presas Só cresciam quando eu queria o que era uma coisa muito boa porém estava treinando para não ter que ficar mostrando para todo mundo.

Então eu senti como se realmente minha vida estivesse voltando ao normal quando ele me deixou na porta de casa e encontrei Kimberly me esperando lá com um bolo, acabei comendo mais carne assada naquele dia e acabei bebendo muito energético até porque era uma das minhas bebidas favoritas pois eu não bebia bebida alcoólica por causa dos remédios que eu tomava.

uma semana depois acabei fazendo exames de sangue e o médico me chamou de milagre quando viu que eu estava curada e que praticamente não existia nenhum resquício da leucemia no meu organismo e muito menos no meu sangue, a única coisa estranha foi que ele achou um pouco de dificuldade para aplicar agulha no meu corpo porque a minha pele ficou levemente mais grossa do que era antes e protegendo do frio e do calor intenso.

Minha vista estava melhor e meu corpo também estava com muito mais elasticidade, até no treinamento das coreografias quando estávamos no castelo ficaram melhores pois eu não ficava cansada com muita rapidez como ficava antes, porém o dinheiro que estávamos conseguindo recadar não era o suficiente para matar a fome das crianças que estavam no orfanato pois a cada mês mais 10 crianças chegavam lá e o orfanato não estava tendo tanta verba para manter todas.

Cada um de nós procurou um emprego para conseguir juntar dinheiro e mandar mais, eu e Kimberly conseguimos trabalhar na biblioteca do centro da cidade e fizemos o curso intensivo de bibliotecária pois eu tinha me formado em arqueologia e letras pois havia conseguido bolsa para cursar graduação dupla.

Porém o salário era muito pouco e eu mesmo assim comecei a enviar meus currículos para todas as empresas que estava disponível na cidade até que meu celular tocou na noite de ontem dizendo que eu tinha sido contratada para trabalhar em Homeland , eu estaria junto com aqueles que deveriam ser o meu povo mas alguma coisa ou pressentimento ruim estavam se apossando do meu corpo fazendo com que eu pudesse acreditar que aquele lugar não era nada do que eu estava pensando.

Era por isso que eu estava irritada no início de tudo, agora eu estou aqui parada com o meu jipe na rua que me levaria para os portões de Homeland , porém todas aquelas pessoas que estavam distribuindo o cartaz e grupos de ódio poderiam acabar me reconhecendo como um deles e eu não fazia a menor ideia de como passar por eles.

Laila- é melhor eu ir logo, ainda tenho uma reunião para ir - liguei o carro enquanto deixava aqui a música do Slipknot pudesse tocar no som do carro- alguma coisa me diz que a minha vida vai mudar assim que eu passar por aqueles portões, O porém é que eu não faço a menor ideia de como vai mudar - eu sonhei para mim mesmo enquanto olhava para aquela multidão E todos aqueles grupos de ódio, muitas pessoas ali não tinha o que fazer e muitas vezes gostavam de distribuir ódio para pessoas que não tinham culpa mas eu sou completamente culpada de ter aceito a proposta e me tornar uma cobaia da Mercile , porém faria de tudo para salvar a minha vida mas o que os novas espécies vão fazer se descobrirem o meu segredo? - estou curiosa....