Cristina
Deixei a sala às pressas com o celular na mão. Eu havia me esquecido completamente do feriado. Os meus pais me matariam se eu não estivesse em casa. De certa forma, devia isso a eles. Nem sequer pude visitá-los durante todo o verão devido ao trabalho.
Liguei para a rodoviária rezando para que ainda tivesse passagem. Faltava uma semana.
— Interestadual. Como posso ajudar?
— Preciso de uma passagem para Bridgeport.
— Certo. O próximo ônibus disponível saí às quatro, no dia vinte e quatro de novembro.
— O quê? Não. Isso é depois do feriado. Preciso de uma passagem para antes da Ação de Graças! — Fui um tanto impaciente.
— Eu lamento, mas não há mais assentos disponíveis. Todos os ônibus estão lotados.
— Senhorita Reis… — Cillian chamou por mim, mas eu não olhei para ele. Apenas ergui o dedo indicador para que me desse um minuto.
— Querida, você não entendeu. É um caso de vida ou morte. Preciso estar em casa para o feriado!
— Você e o resto da população americana. Tenha