Chase Harrison
O som dos aplausos ainda ecoava dentro da minha cabeça quando saí do salão. Não era mais do que ruído distante. Tudo o que eu queria era respirar, longe de olhares curiosos, longe da sensação sufocante de estar sendo observado até quando não havia ninguém. Os seguranças seguiram a passos firmes, abrindo caminho até o carro, enquanto eu apenas pensava em chegar ao hotel, tomar um banho e tentar esquecer a noite.
Mas é claro que o destino sempre faz questão de rir da minha cara.
— Chase! — a voz me atingiu como uma lâmina. Alta, cortante, desesperada, fazendo-me entender quem era, mesmo que não tenha me virado, e encarado a desgraçada.
Não precisei olhar para saber quem era. Aquela voz me perseguia até nos sonhos, ou nos pesadelos.
A mulher surgiu entre os flashes, sem nome, sem convite, sem o menor senso de vergonha. O cabelo perfeitamente arrumado, o rosto marcado por anos difíceis, e que, porra, conhecia bem. Mesmo assim, havia nela aquele mesmo olhar que um dia me des