Chase Harrison
O som seco da porta sendo empurrada para dentro da sala me tirou por um instante do ritmo da caneta deslizando sobre papéis. Tyler entrou sem pedir, como sempre fazia quando algo estava entalado na garganta. Não me incomodei. O homem sempre parecia mais ansioso do que deveria, e nunca era boa ideia quando estava agitado. Mas dessa vez eu não estragaria meu humor. Nada estragaria, porra.
Enquanto pudesse ainda podia sentir o gosto da infeliz na ponta da língua.
Porra, como aquilo me tirava do prumo e me devolvia, ao mesmo tempo. Cada lembrança fresca, escorrendo como se tivesse acabado de acontecer. Então apenas ergui a caneta, pausando a assinatura, e com um gesto seco apontei para a poltrona diante da mesa.
Ele entendeu. Sentou-se, ajeitando-se como quem estava prestes a jogar uma bomba no meu colo.
— Você precisa iniciar as campanhas. — Tyler foi direto, sem circundar.
Não ergui os olhos, ainda folheando. — Já estamos fazendo isso.
— Não assim. — Ele inclinou-se para