Jogo do amor
Jogo do amor
Por: Borboleta_libertina
- Prólogo -

Sempre fui muito apaixonado por Helena e por nossa filha Elisa, vivíamos em Annecy uma cidade pequena da França, eu trabalhava dia e noite vendendo flores nas partes mais movimentadas da cidade, até conhecer o cassino do senhor Martin onde no começo tudo era diversão e conseguir garantir algum dinheiro extra para continuar pagando os estudos de Elisa.

Há cerca de três meses descobrimos que Helena estava com um câncer e os tratamentos eram caros e comecei a ponderar a ideia de pedir dinheiro emprestado aos seus parentes, mas lembrei vagamente das palavras que sua mãe nos disse no dia em que ela fugiu comigo.

"Mais cedo ou mais tarde você vai se arrepender de viver a vida ao lado de um morto de fome como esse, ele não lhe dará a vida que você merece e você morrerá amargurada remoendo tudo isso"

Veridiana nunca aprovou meu relacionamento com Helena, mas nem com essas palavras nós ficamos longe um do outro, quando Elisa nasceu foi um dos dias mais felizes de toda minha vida e me sentia um trapo de homem por mentir para as duas quando saía às escondidas para ir ao cassino e apostar até o nosso último centavo na intenção de conseguir algo a mais e pagar os tratamentos de Helena.

No fim já não adiantava mais de nada, Helena havia falecido e não consegui salvar a mulher que mais amei na vida, Elisa havia conseguido um emprego e tentava ajudar da maneira que podia mas até a minha filha eu não conseguia olhá-la, pois via o retrato estampado de Helena e me doía até a alma não poder ter feito nada para reverter essa m*****a situação.

O que no começo era apenas uma "ajuda" acabou se tornando um vício, e não era somente mais a noite que eu ia ao cassino, todos os dias eu ia e apostava até os últimos míseros centavos que eu conseguia ou que pegava da bolsa de Elisa sem que ela percebesse.

— Aonde você vai papai? — Elisa me abraça trazendo o meu chapéu.

— Não demoro filha, ligue para dona Dulce caso precise de algo!

— Tudo bem, cuidado! Amo você!

— Também te amo minha flor de lótus!

Ao chegar no cassino vou direto ao jogo que mais gostava e Martin estava lá, a garçonete sempre me trazia bebidas e mais bebidas e minha conta só ia aumentando e quando vi já não tinha mais como pagar ou o que oferecer, e só me restava uma única saída para quitar essa dívida, entregar aquilo que eu tinha de mais valioso nessa vida.

— Você já não tem mais nada, o que tem a me oferecer?

— Deixe-me pensar... — Engulo em seco — A minha filha, a única coisa que me restou. — Volto a dizer com lágrimas escorrendo por meu rosto.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo