- Capítulo 4 -

"Algumas pessoas diriam

Para aceitar o seu destino

Bem, se este for o destino, vamos encontrar uma maneira de trapacear"

ELISA

Na manhã seguinte me levantei sem ânimo nenhum, estava com o rosto abatido e vi quando Marta bateu na porta do quarto e entrou toda animada, ao me ver ela sorriu e me abraçou e dei um sorriso fraco, fui até o banheiro e tomei um banho e logo em seguida descemos para uma espécie de tenda que ela havia providenciado para um spa day antes do casamento.

Tirei o vestido ficando apenas de roupão e nos deitamos e relaxei quando começaram a massagem, mandei uma mensagem para Yana e ela me avisou que o motorista já havia ido buscar ela e Valentin, não nego que fiquei surpresa ao ouvir Sebastian os convidando para o casamento.

Pouco tempo depois os dois chegaram e abracei Yana, a apresentei para Marta e ela se juntou na massagem, subimos para o quarto e nos arrumamos já que o casamento seria a tarde, Yana ficou encarregada da maquiagem e Marta fez o penteado, meu vestido era no modelo sereia e tinha uma calda linda, era trabalhado no tule com pedrarias e uma renda no decote.

— Você está linda Elisa! — Yana me abraçou com os olhos marejados.

— Pena que é para casar com um babaca! — Respondi triste.

— Acima de tudo, hoje é o seu dia, aproveite! — Marta me abraçou sorrindo.

— Com licença! — O pai de Sebastian bateu no

quarto e entrou. — Você está linda Elisa!

— Obrigada, senhor Martin!

— Vamos?

— Não tenho escolha! Vamos! — Ele apenas sorriu e segurou minha mão.

Desci as escadas e a cada passo meu coração acelerava e a vontade de vomitar vinha forte, segurei firme no braço dele e respirei fundo, Sebastian estava no altar improvisado que seu pai havia mandado fazer e Pierre me olhava com um sorriso doce.

Fiquei ao lado de Sebastian e em momento algum olhei em seus olhos, o juiz de paz pronunciava as palavras e eram bonitas para um casal que realmente se amava, Sebastian colocou a aliança em meu dedo e eu fiz o mesmo, quando ele me beijou quis morder o lábio dele até sair sangue.

SEBASTIAN

Quando a vi caminhando ao lado do meu pai, senti algo estranho, ela estava realmente bela e, no fundo, me senti mal por submeter ela a isso, mas já estava feito e não poderia mais retroceder, afinal de contas o pai de Elisa não conseguiria pagar o tamanho da dívida que ele havia adquirido conosco.

Depois que o juiz falou as palavras e dei um beijo nela, ficamos um tempo na festa e vi de longe como ela ficava perto dos amigos e Pierre, me aproximei dela e cumprimentei os amigos dela e pegamos as malas, entramos no carro e fomos para o aeroporto, ela ficou o caminho todo em silêncio e apenas olhava pela janela, tentei puxar algum assunto.

— Você está muito bonita, Elisa!

— Obrigada! Você também ficou bonito nesse terno!

— Você achou? — Sorri irônico.

— Até que da pro gasto! — Ela sorriu baixinho.

— Sei que você me detesta e não tiro sua razão, pondera dormir comigo essa noite?

— Não tenho escolhas, sou sua esposa agora!

— Não quero que faça isso por obrigação, se quiser podemos ficar em quartos separados!

— Não, por mim tanto faz dormir ou não ao seu lado! Desde que não aconteça nada, não me leve a mau Sebastian, mas estou me guardando para quem eu realmente amo!

— Respeito sua decisão!

— Obrigada!

Chegamos no aeroporto e embarcamos no jatinho que meu pai havia deixado a nossa espera, Elisa se acomodou e continuou observando a paisagem, estávamos indo para Cancún, precisava de sol e a branquinha aqui do meu lado também.

Após algumas horas de um voo cansativo, Elisa estava dormindo profundamente na poltrona e como não quis acorda-la, a peguei pelos braços e a levei até o carro ela deitou sua cabeça em meu ombro e continuou dormindo, fomos direto para a casa de praia que tínhamos e a peguei no colo, entrei com ela e a coloquei no quarto em que ficaríamos, tirei os sapatos dela e a arrumei em uma posição mais confortável, sorri quando ela abraçou o travesseiro.

Estava sentado na varanda tomando uma cerveja quando Elisa apareceu na porta com os cabelos assanhados e Sorri vendo aquela cena.

— Do que você está rindo? — ela me olhou seria.

— Seu cabelo! — Apontei para o cabelo dela.

— Você é besta! — Ela sorriu se sentando na escada. — nunca imaginei conhecer um lugar assim!

— Nunca viajou para outro país?

— Não, desde que minha mãe adoeceu não tivemos tempo e nem condições para isso!

— O que ela tinha? Claro se você se sentir à vontade para contar!

— Ela tinha câncer, talvez seja por isso que eu estou aqui! Meu pai se endividou e eu nunca soube do que se tratava, mas agora já sei! — ela limpou os olhos.

— Sinto muito!

— Tudo bem, de certo modo não é culpa sua tudo isso!

— Eu sabia da dívida do seu pai, estava no dia em que ele te "vendeu" mas não acreditei que ele realmente fosse fazer isso!

— Pra você ver como as pessoas imprevisíveis! Somos uma caixinha de surpresas, sejam boas ou ruins!

ELISA

Ficamos um tempo conversando e entrei para o quarto, havia ido me arrumar já que Sebastian me falou que iríamos sair para jantar, coloquei um conjuntinho básico de tricô que Marta havia me dado de presente, ele era no estilo praia e se acentuava muito bem no meu corpo, fiz uma trança na lateral do cabelo e uma maquiagem leve nos olhos e apenas uma corzinha na boca.

Peguei minha bolsa e sai indo até a sala, Sebastian estava sentado com uma bermuda preta e uma blusa polo na cor branca que destacava os músculos que ele tinha, ele me viu e se levantou pegando as chaves do carro.

— Gostei da sua bolsa! — ele sorriu irônico.

— Se quiser te empresto depois!

— Não acho que essa cor me favorece! — Ele sorriu.

— Tem razão, você é meio anêmico! — Sorri baixinho.

— Cheia de gracinha! — Ele sorriu e colocou a mão em meu ombro.

— As vezes! — Sorri envergonhada.

Entramos no carro e fomos até o restaurante, o lugar era lindo e bem praiano, tinha uma banda ao vivo tocando músicas típicas do México e alguns casais dançando, nos sentamos em uma mesa afastada e Sebastian fez os pedidos, ele me encarava e eu não costumava reagir bem quando isso acontecia.

Depois de uns minutos nossa comida chegou, ele havia pedido um vinho branco e era muito gostoso por sinal, eu não costumava beber muito pois a bebida geralmente não me deixava a pessoa mais amigável e eu sempre fazia loucuras apenas com um copo, terminamos o jantar e ele me estendeu a mão me convidando para uma dança.

— Você tá cheirosa! — Ele falou perto do meu ouvido.

— Eu costumo tomar banho aos sábados! — Sorri baixo.

— E costuma ser bonita todos os dias? — Ele sorriu sarcástico.

— Não dou meia hora pra você ir atrás de uma mexicana! — Sorri irônica.

— Meia hora é pouco tempo, apenas alguns minutos! — ele sorriu.

— Você não presta! — Sorri encostando o rosto no ombro dele.

Retornamos para casa e eu já estava meio tonta por causa do álcool e pela falta de costume que eu tinha com bebida, tirei as sandálias e fui até a beira da praia e fiquei observando o mar, pouco tempo depois Sebastian chegou e colocou os braços sobre meus ombros.

Ficamos apenas em silêncio e quando eu estava retornando para a casa, Sebastian me segurou pela cintura e me beijou, minhas mãos puxaram o cabelo da nuca dele que gemeu no meio do beijo.

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