Jennifer
Jennifer
Por: Liliane Mira
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                                 O oposto da vida não é a morte: é a repetição

                                                                         

                                                                                  ___ Geraldo Eustáquio de Souza

Aidan

Eu tenho, várias aplicações em empresas, mas o meu maior tesouro, é as Indústrias Scott. A minha empresa é a melhor e maior​ indústria armamentista de todo o mundo. Ela tem desenvolvido, e evoluído diferentes categorias de armas e munições. A sede principal fica em Londres, mas tenho várias filiais em todos os continentes.

Bem, hoje estou no Brasil! Especificamente na capital Brasília. Para uma reunião com o presidente do país. Ele desejar fechar um contrato com as Indústrias Scott, para fornecermos armas ao exército brasileiro. Estou confiante que sairei com esse bendito documento assinado por ambas as partes. Afinal eles sabem quão vantajoso será.

Apesar de me conhecerem como Aidan Scott, o magnata das armas, eles não sabem a terça metade sobre mim. Apenas sabem o que desejo mostrar. Sou chefe de uma organização criminosa chamada “Caveira”. Meus inimigos sabem o poderio que exerço em Londres. Sou temido por muitos.

Como havia dito, a reunião foi um sucesso. Agora estou a caminho de Salvador. Marquei de encontrar um dos meus homens em um restaurante perto do centro histórico do Pelourinho. Estou aqui sentado o esperando, quando vejo uma negra espetacular. Todo o meu corpo vibrou com a visão do paraíso. Meu amiguinho deu sinal de vida na hora. Não sei o que está acontecendo. Nunca passei por esta situação. Ela estava indo embora. Chamei um dos meus seguranças, quando os nossos olhos se cruzaram. Ela virou a face rapidamente, todavia vislumbrei um sorriso.

__ O que deseja, senhor?

__ Está vendo aquela mulher, a que atravessou agora? __ esperei que pudesse vê-la __ Quero que a siga.

__ E depois, senhor?

__ Apenas a siga, quando ela parar me ligue.

__ Sim, senhor! __ Saiu na mesma da hora. Richard, o homem que aguardava acabou chegando na hora que o meu segurança saiu. Ele me saudou com o punho fechado no peito em forma de respeito. É assim que nos cumprimentamos.

__ Boa tarde, chefe!

__ O que descobriu? __ Fui direto ao assunto. Alguém roubou um carregamento meu, e pela nossa investigação foi daqui do Brasil. Apenas matarei dois coelhos com uma fuzilada.

__ Uma facção local. Parece que eles desejam expandir o território, por isso o roubo.

__ Resolva isso, estarei esperando sua resposta. __ Me levanto, o cumprimento, e saio. No carro a caminho da minha casa. É, eu tenho um lugar só meu aqui. Tenho casas em muitos países. Distraído, lembro da bela mulher de mais cedo.

Hoje minha noite vai ser boa!

Sorriu maliciosamente. Não sei como ela vai reagir, porém, tenho certeza que irei doma-la.

Jennifer

Diariamente, acordo cedo, porém hoje resolvi me dá uma folga. Estou exausta. Sair para resolver umas papeladas de última hora. Ganhei uma passagem de ida e volta para Londres. Vou estudar dança por dois anos. Minha melhor amiga Katia não gostou muito, o fato de ficar longe de mim que é o problema, mesmo assim me parabenizou e marcou a noite de chocolate para a despedida. Ela é tudo que me sobrou, não tenho mais nada.

Moro sozinha na casa que era de meus pais. Eles morreram a três anos, acidente de carro. Até hoje não entendo. Meu pai sempre foi prudente no trânsito. Não faria nada para machucar ele ou minha mãe, a mulher que ele amava.

Minha casa tem uns 38 metros quadrados. A cozinha é um ovo, tem apenas um fogão branco, armário embutido da mesma cor. Não tenho geladeira, quebrou a alguns dias. Beber água quente todos os dias não é nada legal. Às vezes pesa no estômago. Mas, é o que temos para hoje.

Assim como minha cozinha e sala, meu banheiro é um cubículo, mas serve e é isso que importa. Combinei de encontrar Katia no trabalho, depois que passar na agência de viagem que ganhei o prêmio, para pegar minhas passagens.

Após o banho vou me trocar. Parei em frente ao espelho e analisei o meu reflexo. Não vejo graça em mim. Sou alta demais, por isso nunca tenho namorado. Ninguém quer namorar uma mulher maior que ele mesmo.

Arg... para de chorar miséria, Jennifer!

O que me entristece é esta sozinha, eu sei que sou autossuficiente, entretanto é sempre bom ter alguém, para compartilhar momentos. Confesso que perdi as esperanças. Não sou uma mulher feia, tenho o que muitos denominam corpo de violão. Negra, olhos castanhos claros, cabelo cacheado. Todos os homens que me ver, só desejam o meu corpo. Ninguém, quer algo sério. Sexo de uma noite não é para mim.

Peguei o ônibus rápido, colocaram mais frotas nas ruas. A agência fica no comércio, e o trabalho de Katia no Pelourinho. Um pertinho do outro, melhor pra mim. Cheguei ao meu primeiro destino, e o atendimento foi bem eficiente. Paguei quinze centavos e subir o Elevador Lacerda. Minha cidade é muito linda. A Baia de Todos os Santos, O forte São Marcelo, Mercado Modelo. Tudo tem uma história, um significado

Minha Katita trabalha em uma empresa de contabilidade. No almoxarifado. Sou bem conhecida por lá, pois já vendi quentinha. Modéstia a parte, cozinho muito bem.

Sair do elevador, tirei uma foto, porque é de praxe. Não tem como não subir aqui e fazer algo do tipo. O Pelourinho é pertinho. Estava absorta em meus pensamentos, que ao atravessar a pista, olhei para o Restaurante Senac, e dei de cara com um homem espetacular. Sua postura estava tão séria que me intimidou um pouco. O mesmo está de óculos, olhando na minha direção.

Merda! Será que ele me viu secando-o?

Virei minha face rapidamente, a tempo de vê-lo chamar um homem. Qual é o meu problema? Porque o meu corpo reagiu dessa forma, com um estranho?

__ Boa tarde Carla. Como esta gata? __ Saudei, quando cheguei a recepção da empresa onde Katia trabalhar.

__ Boa tarde, Jeni! Kátia está no almoxarife. Lá em cima esta uma zona, viu. __ Informou. Nem quis perguntar porque, pois, tenho certeza que minha amiga vai me contar.

__ Certo, agradeço. __ Sorri, e me direcionei ao elevador. Quado entrei no cubículo apertado, Katia estava guardando documentos, um pouco tensa. Toquei em seu ombro e, ela gritou.

__ Meu Deus! Katia, se acalma mulher! __ Exclamei preocupada

__ Perdão delicia, eu me assustei. A coisa está séria por aqui.

__ Vai sobrar pra você? __ Perguntei apreensiva. Esse trabalho é muito importante para ela. Não está fácil emprego no Brasil. Odiaria viajar e deixa-la triste por perde-lo.

__ Não gostosa, graças a Deus. __ sorriu __ Desfalcaram dinheiro de uma empresa. A polícia está em todos os andares investigando. Estou nervosa, porque se não encontra quem foi, a empresa pode perder contratos, e muitos vão perder o emprego.

__ Vamos ter fé, que não chegará a esse ponto. __ Declarei esperançosa. Eu e minha amiga conversamos bastante, mas precisei ir embora, pois já estava ficando tarde. Preciso passar no mercado e comprar algumas coisas para a minha noite de despedida. Estava quase chegando em casa, quando sentir a sensação de está sendo observada. Meu corpo se arrepiou todinho.

Misericórdia, Senhor!

Que não seja um espirito maligno, há, eu acredito nessas coisas. Não me julguem. Digo a vocês que agora eu preferiria que fosse um maldito espirito. Um homem me agarrou por trás com força.

__ Fica quieta e, não vai se machucar. __ Me avisou. Eu não escutei. Comecei a gritar por socorro, no entanto, não foi muito. Ele colocou um pano em meu nariz e tudo ficou escuro, lembro apenas de sentir minhas compras caindo ao chão.

__ Acorda! __ Ouvir uma voz estranha me chamando. Meu corpo reclamou. Parecia estar de mau jeito. Quando lembrei o que aconteceu, me levantei correndo. Vir um homem encapuzado, me encarando.

__ O que quer comigo? __ Questionei assustada. Céus, não tenho dinheiro para ser sequestrada. Ele me ignorou mexendo em seu celular.

__ O que quer comigo? __ Repetir a pergunta nervosa.

__ Está vendo aquelas escadas? Suba e entre no primeiro quarto. __ Mandou.

__ Eu não vou fazer isso, não mesmo. __ Avisei me afastando.

__ Faça sozinha, ou eu o farei por você e, não serei gentil. __ Advertiu cruzando os braços. Resolvi obedecer, afinal vir a arma em sua cintura. Subir as malditas escadas e entrei no quarto. Aparentemente parecia vazio, menos pelo barulho do chuveiro. Escutei a água cessando e me preparei para quem quer que seja. Meu coração parecia que sairia pela boca, a qualquer momento. Quando a porta abriu fiquei em forma de ataque, mas quando a pessoa saiu me desarmou completamente.

__ Você!

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