A estrada para Paraty serpenteava diante do carro alugado, com o mar surgindo à direita em trechos inesperados, como se observasse a jornada de Melina com olhos silenciosos. Ela dirigia com atenção redobrada, o volante firme entre as mãos. Cada curva era uma chance de pensar, de respirar fundo, de ordenar o caos que ainda fervia dentro dela.

Ao lado, Kauan vasculhava arquivos no notebook. Estavam no meio de um turbilhão de provas fragmentadas, nomes soltos, ligações suspeitas. Mas o que mais intrigava Melina agora era Lúcia. O nome surgiu como um sussurro entre os papéis escondidos de Miguel. Lúcia. Quem era? Uma ligação com Amanda? Uma peça esquecida? A resposta talvez morasse ali, na pequena cidade costeira.

— Ela era sócia dele em uma empresa que desapareceu dois anos atrás — disse Kauan, sem tirar os olhos da tela. — Mas o CPF dela consta em documentos que foram usados nas fraudes. Pode ser fantasma, ou pode estar viva e envolvida até o pescoço.

— E o endereço que achamos?

— É ant