{ Capitulo 1 }

*Pierry Barreto. {25 anos depois}.

Desembarcar nessa cidade é ao mesmo tempo bom e ruim, relembrar de tudo que já passei aqui não era muito bom, mas também me lembra, me fez ver que eu cresci como pessoa e o passado não me pertenciam mais, estava onde deveria estar. Nunca fui uma pessoa que guardava magoa por muito tempo, prova disso é ter Biel com o meu melhor amigo, mesmo ele sendo o idiota que sempre foi. Saio do avião e respiro fundo o ar quente, estou de volta.

-- O bom filho a casa torna. _ estava seguindo os outros passageiros até a saída, quando meu irmão mais novo aparece na minha frente.

-- Que milagre dona Monica deixou você vir me buscar sozinho? _ pergunto olhando ao redor.

-- Ela está muito mal com a morte de papai e nem percebeu. _ diz e vejo tristeza em sua fala, suspiro e entendo-os, eu também estou muito mal pela partida de meu pai.

-- Então partiu casa. _ digo e ele me ajuda a colocar as malas na porta malas. Logo seguimos para a casa de nossa mãe. Durante o caminho, falamos sobre a faculdade que ele vai fazer e diz que vai fazer medicina, fico até surpreso, essa é uma das profissões mais serias e digamos que meu irmão não leva as coisas muito a serio. Falo de minha vida em new York e ele só quer saber de minha época de jogador e de minha fama, contei tudo para ele. Não demoramos a chegar à casa de minha mãe.

-- Mãe chegamos. _ Saullo diz me ajudando a carregar as malas. Logo minha mãe aparece com o nariz vermelho, deve ser de tanto chorar.

-- Meu menino, finalmente chegou. _ ela diz e me abraça chorando descontrolada.

-- Calma mãe, estamos aqui para você, sempre. _ digo e a aperto mais em meus braços, meu irmão se junta ao abraço em família.

-- Está bem, vamos parar de chororô, temos um sepultamento para fazer. _ ela diz e nos encara enxugando os olhos. – Seus tios estão em seus quartos, vá falar com seu tio, ele não esta nada bem com a perda do irmão. _ ela diz e concordo, meu irmão me ajuda com as malas outra vez até meu antigo quarto.

Depois de um banho, saiu do quarto e deixo as malas para que Teresinha possa arrumar para mim. Sigo pelo corredor e bato na porta onde meus tios estão hospedados. Quem abre a porta é minha tia Silvana, logo ela me abraça apertado e chorando.

-- Ainda bem que você chegou meu querido, converse com seu tio, ele esta muito mal, seu primo foi na empresa resolver algumas coisas para seu tio, ele não esta em condições de encarar reunião nenhuma. – ela diz e me deixa entrar, ela sai e fecha a porta.

-- Não sei se vou conseguir seguir sabendo que ele não esta mais aqui. _ ouço meu tio falar, ele estava sentado na cama e pude ver as lagrimas que desciam copiosamente.

-- Claro que vai tio, estamos todos aqui por você. _ digo e ele chora mais ainda.

-- Eu e seu pai éramos mais que irmãos, éramos melhores amigos, sabe. Tudo que acontecia comigo eu sempre contava para ele e ele sempre esteve lá para mim. _ ele diz sorrindo se lembrando de alguma coisa. – Sabia que quando disse que pediria sua tia em casamento e nosso pai foi contra, apenas por ela não ter uma família rica e de renome, seu pai me apoiou e ainda me ajudou a organizar o pedido e foi lindo. _ diz sorrindo e posso imaginar os dois contra o mundo.

-- Deve ter sido um pedido e tanto, mas tenho certeza que meu pai não gostaria que se sentisse assim e nem você se fosse o contrario. _ digo e ele me encara e acaba concordando.

Depois da conversa com meu tio, descemos para a despedida definitiva do meu pai, a cerimonia foi linda, minha mãe chorou muito quando o corpo de meu pai foi cremado, como era o seu pedido, eu e meu irmão nos abraçamos e choramos junto, uma parte da gente tinha ido embora. Depois de terem entregado a urna com as cinzas de nosso pai, voltamos para casa e ficamos em família até a dor da despedida passar.

**********

Duas semanas haviam se passado desde o velório de meu pai e a cremação de seu corpo, hoje eu finalmente tomei posse de meu cargo como CEO das empresas de advocacia de meu pai e de meu tio. Sebastian meu primo vai ser o vice-presidente e ficar indo e vindo entre o Brasil e New York, não que ele esteja reclamando, disse que assim ele varia nas mulheres e que as brasileiras são bem mais quentes que as novaiorquinas, eu tenho que concordar.

-- E ai, vamos almoçar, não aquento mais ler tantos documentos. _ Sebastian diz entrando em minha sala sem bater, nem brigo mais, isso já virou costume desde Nova York.

-- Sim, só me deixa terminar de guardar isso aqui. _ digo rindo de sua cara de fome, come pra caramba e não engorda.

-- Precisa de alguma coisa senhor Pierry? _ pergunta Cristina, minha secretaria, a antiga pediu as contas já que estaria se mudando com seu marido para outra cidade.

-- Não, pode ir almoçar. _ digo e ela me encara, já estou começando a me irritar com esses olhares dela, vive me dando mole, mas comigo não, sei seguir as regras direitinho. Ela sai e Sebastian acompanha o balançar da bunda dela naquele vestido muito apertado para uma secretaria.

-- Ainda não entendo porque ainda não traçou esta. Tá na cara que ela esta doidinha para dar pra você. _ ele diz quando me encara.

-- Esse é o problema, fácil de mais, tem mulheres fáceis que ainda dá para pegar e outras que é problema na certa e esse ai é uma delas, e você sabe que eu gosto de um desafio. _ digo e ele concorda. Saímos de minha sala e não vejo mais Cristina em sua mesa. Saímos e seguimos em meu carro com Daniel meu motorista no volante.

Não demoramos a chegar ao restaurante escolhido por Sebastian, era bem aconchegante e ficava perto da empresa, ajeito meu terno e ele também e saímos do carro, assim que entramos a recepcionista abre um largo sorriso para seus novos clientes. Pedimos uma mesa e ela nos leva até uma mesa perto de algumas janelas, olho ao redor e vejo Daniel sentado em uma mesa perto da porta fazendo seu pedido também.

-- Fiquem a vontade, o garçom já vem anotar os seus pedidos. _ ela diz e sai nos deixando com os cardápios.

-- Gostei daqui, é bem tranquilo. _ Sebastian diz olhando ao redor.

-- Como achou esse restaurante? _ pergunto olhando o cardápio.

-- Indicação de minha secretaria, ela disse achando que a convidaria para almoçar comigo. _ ele diz e rimos.

-- Parece que soubemos escolher muito bem essas nossas secretarias, depois eu vou passar no RH para mudar a minha. _ digo e ele rir.

-- Vou continuar com a minha, é divertido ver ela se jogando em cima de mim, sendo que ela não faz meu tipo, você sabe muito bem o meu estilo. _ ele diz e rimos, temos o mesmo gosto por mulheres. Estávamos em uma conversa animada quando somos interrompidos pelo garçom.

-- Já posso anotar os seus pedidos? _ ela pergunta e a encaramos, não sei por que, mais parece que a conheço de algum lugar. – Não acredito, Pierry é você mesmo? _ ela pergunta, acho que se lembrou de mim, mais ainda estou no escuro. – Sou eu a Amanda, estudamos juntos se lembra? _ ela diz e lembro instantaneamente dela.

-- Claro, como vai? _ digo sem muita emoção, meu primo fica me encarando e encarando ela intercaladamente.

-- Caraca, você esta diferente, sumiu da escola e nunca mais tivemos noticias suas. _ ela diz e morde seus lábios tentando ser sexy, ela não está mais lá essas coisas, o tempo cobrou bastante dela.  Pelo menos eu não a acho mais lá essas coisas. – Depois de um tempo que vi uma entrevista sua, estava ficando famoso por jogar futebol americano. _ ela diz me encarando e meu primo tenta conter uma risada.

-- Pois é eu fui morar com meus tios, esse é meu primo Sebastian. _ digo e ela se vira para ele, se cumprimentam e logo ela volta a me encarar.

-- O que está fazendo de volta a cidade? _ ela pergunta e eu não aguento tanta falsidade, então acabo logo com isso.

-- Se não se importa, temos trabalho para terminar e queremos fazer logo os nossos pedidos. _ digo e ela fica sem graça e logo começa a anotar nossos pedidos, sai e ão demora nossos pedidos chegarem. Sebastian ria muito em nossa volta ao escritório, acabei fazendo o mesmo.

Voltamos ao trabalho e Cristina já estava sentada em sua mesa com o tablete em suas mãos, assim que entrei em minha sala ela veio junto me avisando da reunião que teria com mais um suposto cliente, respirei fundo e comecei a organizar e ler os documentos que tinha que revisar.

#BoaLeitura

By Suel Osodrac

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