O Rei Voltou.
Narrado por Luna
O dia que o Sheik teve alta do hospital parecia até cena de filme. Não era nenhuma parada grandiosa com fogos nem faixa estendida, mas a quebrada toda sabia. Os olhos da Rocinha, do Borel, das vielas e lajes... tudo tava voltado pra aquele retorno. O dono da coroa tinha voltado. E não era no papo. Era no peito.
Tava no fim da tarde quando o carro subiu o morro. Era o mesmo carro que o PV mandou blindar anos atrás. Nele, tava o Sheik sentado no banco de trás, ainda meio fraco, mas com o olhar mais vivo do que nunca. A camisa branca soltinha no corpo magro pós-hospital, o cordão com pingente do Borel no peito, e a mão esquerda firme na minha, como quem segura raiz.
Do lado de fora, não teve foguetório — teve respeito. Os cria que tavam na contenção pararam. Tiraram o boné. Fizeram sinal de cabeça. Os mais antigos abaixaram as armas. Os moleque mais novos tentaram disfarçar o choro virando de costas. Era o Sheik voltando. Não era qualquer um. Era o homem que não caiu nem