Sem saber bem o que fazer, dei um passo pro lado, deixando espaço pra ele entrar.

Fechei a porta atrás de nós, sentindo um frio estranho subir pela minha espinha. A presença dele ali dentro parecia mudar o ar, deixar tudo mais pesado... ou intenso demais.

— O que você tá fazendo aqui? — perguntei, tentando parecer firme, mesmo com o coração acelerado.

Ele deu uma olhada rápida pela sala, como se quisesse se situar, antes de me encarar de novo.

— Eu preciso conversar com você. — sua voz soou baixa, séria, com aquele tom que sempre me deixava sem saber se queria discutir ou ouvir.

Engoli em seco, tentando manter o controle.

— Sobre o quê?

— Melhor eu explicar com calma.

Suspirei e fui até a cozinha, mais pra ganhar tempo do que por educação. Peguei um copo e enchi de suco, tentando ignorar o nervosismo que me fazia derramar um pouco na bancada. Só o som da respiração dele na sala já me deixava inquieta.

Quando voltei, ele estava sentado no sofá, meio tenso, como se aquele ambiente simpl