Visto me rapidamente, pego minha bolsa e saiu do camarim, indo em direção a saída do fundo por onde entramos.
— Grace, onde você vai? - indaga vindo atrás de mim.Para e me viro.— Eu preciso sair daqui, Emma, me desculpe. - digo cabisbaixa.Ela se aproxima de mim e segura levemente em meu rosto, levantando - o para olhar- me nós olhos.— Tudo bem, eu não vou ficar chateada com você amiga, afinal o que houve a pouco na área vip, não foi sua culpa. - olha- me com compreensão — Como você ia imaginar que seu chefe estaria aqui nessa boate, e justamente em sua primeira noite de estreia como dançarina oficial da boate *Flor da noite*.Eu não sei se ouvi direito o que ela acaba de me dizer, então decido perguntar e tirar a minha dúvida.— Dançarina oficial da boate, como assim, Emma? - indago — Eu só irei dançar aqui, hoje e amanhã, nem um dia mais. Você sabe que esse lugar aqui não é para mim.Ela mordi o lábio e suspira fundo.— O que você está me escondendo, Emma? - a olho atentamente — Anda, diga- me de uma vez.Ela meche nós cabelos algumas vezes.— Seu chefe acabou de dizer ao meu, que só se tornará sócio desta boate, se você for a dançarina principal nos finais de semana.— O que? - digo alto, surpresa ao que ela diz.— É isso mesmo que você ouviu, Grace. - afirma — Meu chefe até me fez vir até aqui para tentar convencê-la, dizendo que te pagará o dobro do que ele paga para a Frida, caso você aceite.A olho atônita.— Não, eu não vou aceitar, Emma. - nego fervorosamente — Nem por todo o dinheiro do mundo. - digo firmemente — Se estou aqui hoje, é por consideração a você, somente isso.— Eu sei, e eu entendo. - compreende- me — O duro vai ser, dizer isso ao meu chefe. - olha- me desapontada, decepcionada, desanimada..." Eu não queria ter que decepciona- la, desapontá-la, mas eu estou em uma fase da minha vida, que eu preciso dar um basta em várias coisas. - digo a mim mesma em pensamento — Eu preciso parar de dizer sim a tudo e a todos, eu preciso parar de querer fazer as coisas só para agradar alguém, eu preciso parar de colocar as necessidades das pessoas sempre antes das minhas, eu preciso me cuidar, me valorizar e me amar mais, de agora em diante.— Eu sei que você estava esperando uma resposta positiva de minha parte, Emma, mas trabalhar como dançarina em uma boate é algo que eu nunca imaginei para mim, para minha vida. - explico calmamente — Eu sei que eu preciso muito do dinheiro, e você também sabe, afinal tenho muitas contas atrasadas por conta do marido que eu tenho, mas.. - suspiro pesadamente — .. eu não vou me submeter a tanta humilhação, por causa de dinheiro.— Sabe, que é esse modo como você pensa, que a torna tão especial e importante para mim?! - diz com os olhos se enchendo de lágrimas — Esse seu jeito desinteressado nas coisas materiais, nas coisas fúteis, a torna uma mulher incrível, interessante, maravilhosa e desejável para todos que a conhecem.Vendo as lágrimas começarem a escorrer em seu rosto, eu levo minhas mãos no rosto dela e as enxugo com os meus polegares.— E é esse seu jeito doce, meigo e compreensível, que faz com que as pessoas que se aproximam de você, e não queira mais se afastar.Nos olhamos com ternura, e em seguida nos abraçamos carinhosamente.— Grace, preciso falar com você.Olho e vejo o senhor Price vindo em nossa direção.Afasto-me rapidamente da Emma.— Emma, eu preciso ir, eu não quero, eu não posso falar com ele agora. - digo angustiada.— Ok, vai. - faz sinal com a cabeça — Deixa que eu o destraio.Sorri travessa e pisca rapidamente para mim.— Tá bom, obrigada. - a olho com gratidão.Me viro e caminho rapidamente em direção a saída.— Grace, por favor. - diz num tom alto.Sem olhar para trás, abro a porta e saiu para fora da boate.— Eu preciso chegar o mais rápido possível na estação de trem. - digo a mim mesma enquanto caminho o mais rápido que consigo — Antes que ele me alcance.Já atravessando do segundo quarteirão para o terceiro, meu coração está bem acelerado e minha respiração ofegante.SKRR..Inesperadamente um carro azul escuro, modelo esportivo, frea bruscamente a minha frente.— Ei, filho de uma p***,.. - grito assustada e furiosa — ..vê se olha por onde anda.O vidro, então, se abre e revela quem está atrás do volante.— Que boca suja é essa, Grace? - sorri encantadoramente — Será que eu teria que ensinar bons modos a você?Engulo em seco e paraliso quase que no meio da rua.— Senhor Price!— Sim, eu, quem mais séria?! - indaga ainda sorrindo.— O que o senhor quer comigo agora, senhor Price? - suspiro pesadamente.— Que você entre no carro.— No seu carro? - indago — Para que?— Horas, para mim leva- la para casa.Confesso que estou com medo de andar sozinha pelo bairro em que estou, mas.. mais medo ainda de ficar sozinha com ele.— Desculpa senhor, mas eu prefiro ir de metrô. - olho diretamente para ele — Não quero ter que fazê-lo se desviar do caminho para a sua mansão. - digo de um jeito sarcástico.Ele, então, desci do carro, aproxima- se de mim e segura em meu braço.— Eu é que peço desculpas por não estar com paciência para rebater o seu cinismo, Grace. - puxa- me pelo braço levando- me em direção ao carro — Afinal já está um pouco tarde e esse lugar é perigoso para pessoas como nós.— Como nós não, senhor. - corrijo- o — Como você.Ele para de frente para a porta dele, que já está aberta.— Tanto faz, Grace. Agora entra.Faz sinal com a cabeça para eu entrar pelo lado dele.— Ué, eu não entendi. - olho confusa — Não seria mais fácil se eu entrasse pela outra porta?Ele me olha desconfiado.— Não, eu quero ter certeza que você não irá fugir de mim.Apesar do nervosismo que estou, eu começo a rir.— Porque eu fugiria do senhor? - olho atentamente enquanto continuo rindo — Desculpa, mas isso não tem lógica nenhuma para mim, senhor Price.— É bom saber que você está conseguindo se divertir comigo, Grace, mas agora entra no carro, por favor. - pede gentilmente.— Tá bom, eu já estou entrando. - mostro as duas palmas da mão em um sinal de rendição — Mas eu terei que subir em seu banco com os joelhos, para poder passar para o outro lado.Ele suspira.— Não tem problema, portanto que você entre.— Ok.Eu coloco os joelhos no banco dele, uma mão no painel e a outra no banco do passageiro, e quando eu vou passar para o outro lado, sem que eu esteja esperando..Splash..Sinto uma pequena ardência do lado direito do meu traseiro.— Ei.. - olho surpresa e furiosa para ele — O que o senhor pensa que está fazendo?— Dando-lhe uma pequena amostra do que eu realmente gostaria de fazer com você, por todas as suas ousadias e petulâncias.Engulo em seco e vou me sentar no banco do passageiro em silêncio.— Agora - olho atentamente enquanto continuo rindo — Desculpa, mas isso não tem lógica nenhuma para mim, senhor Price.— É bom saber que você está conseguindo se divertir comigo, Grace, mas agora entra no carro, por favor. - pede gentilmente.— Tá bom, eu já estou entrando. - mostro as duas palmas da mão em um sinal de rendição — Mas eu terei que subir em seu banco com os joelhos, para poder passar para o outro lado.Ele suspira.— Não tem problema, portanto que você entre.— Ok.Eu coloco os joelhos no banco dele, uma mão no painel e a outra no banco do passageiro, e quando eu vou passar para o outro lado, sem que eu esteja esperando..Splash..Sinto uma pequena ardência do lado direito do meu traseiro.— Ei.. - olho surpresa e furiosa para ele — O que o senhor pensa que está fazendo?— Dando-lhe uma pequena amostra do que eu realmente gostaria de fazer com você, por todas as suas ousadias e petulâncias.Engulo em seco e vou me sentar no banco do passageiro em silêncio.— Agora anda, coloca o cinto.Relutantemente eu o obedeço..." Eu sempre odiei quando o Anthony fazia isso comigo, mas já com ele não. Eu gostei,.. - mordo o canto do lábio algumas vezes — ..tanto que o deixaria dar vários outros caso ele me pedisse.Encosto- me no encosto do banco, ele liga o carro e sai numa velocidade razoável, eu então, aproveito para olhar as casas do bairro por onde passamos.Muitas delas são simples como a minha..." Simples, mas que às vezes tem muito mais amor, conforto, aconchego, do que num maravilhoso palácio.Não sei se é pelo cansaço do dia em minha casa, ou pelo cansaço da noite na boate, mas meus olhos começam a ficar pesados.Tento mante- los abertos, mas parece impossível.Lentamente e sem que eu perceba, eu adormeço.